20 DE JULHO DE 2018
ARTIGO
SOMOS TODOS DESCUIDADOS
A árvore seca é uma contradição nessa moldura. Mas resiste em pé, embora moribunda entre o Theatro e o majestoso prédio da Justiça, na Praça da Matriz. Não bastasse ser o lugar mais poderoso da cidade, a árvore morta ainda se localiza em frente, em diagonal, à importante Biblioteca Pública do Estado. De que serve tanto conhecimento acumulado, tanta beleza arquitetônica se o entorno não é cuidado; se o saber não gerou zelo?
Se pensas em ir ao Palácio Piratini ou ao Palácio Farroupilha.... Se vieres do Centro Histórico pela ladeira, rumo à Catedral Arquidiocesana; se quiseres chegar ao Forte Apache, ao Solar Palmeiro ou ao dos Câmara, ou ao Alto da Bronze, terás que encarar nosso descaso, o descuido urbano, o abandono ecológico e a ausência de gestão na cena de uma árvore que jaz sobre o passeio púbico. Talvez deva desabar sobre os transeuntes para que providenciem a remoção, o sepultamento.
E nós não nos importamos que uma árvore morta (certamente por erva-de-passarinho) não seja substituída por um novo desejo paisagístico, em pleno Centro Histórico, da histórica cidade, de orgulhosa população, de cidadania participante, da decantada leal e valorosa cidade Alegre. Imaginem o que sobra de cuidado, de atenção, de zelo e manutenção ao resto do patrimônio arbóreo, localizado fora dos lugares relevantes.
Distante do centro turístico, espraiado nas ruas, vielas, parques e praças, escondidas do olhar oficial, da observação residente, do zelo ecologista e da percepção e iniciativa do cidadão regular. Será que o gestor do Theatro deverá observar esse luto e providenciar as exéquias?
LÉO VOIGT
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