01 DE NOVEMBRO DE 2017
ECONOMIA
Desemprego diminui, informalidade cresce
PERCENTUAL DE PESSOAS DESOCUPADAS baixou para 12,4% no terceiro trimestre com geração de vagas sem carteira assinada e por conta própria
A taxa de desemprego segue em queda no país e recuou para 12,4% no terceiro trimestre, percentual mais baixo deste ano, equivalente a 13 milhões de pessoas desocupadas. No intervalo de abril a junho, a taxa estava em 13%. No entanto, ainda está em nível elevado e é a maior para o período desde o início da série histórica da Pnad Contínua, em 2012, segundo divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A queda observada na taxa ocorre pelo aumento do emprego informal em detrimento de postos com carteira de trabalho assinada, explica o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
- O diagnóstico tem se repetido neste ano. O desemprego cai à medida que aumenta a geração de vagas sem carteira ou por conta própria. Na outra ponta, o trabalho com carteira assinada está nos menores níveis da série histórica.
O Brasil atingiu no trimestre encerrado em setembro a marca de 10,9 milhões de pessoas ocupadas no setor privado sem carteira assinada. Na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano, 288 mil pessoas passaram a trabalhar sem carteira assinada. A alta no período foi de 2,7%. No intervalo de um ano, o contingente aumentou em 641 mil pessoas (incremento de 6,2%).
A categoria de trabalhador por conta própria, dono de empresa que não tem funcionários contratados, também continua a avançar e contribuir para o recuo da taxa de desemprego. Esse grupo, segundo o IBGE, é formado em sua maioria por pequenos empreendedores. Ao final de setembro, eram 22,9 milhões de pessoas nessa situação - aumento de 1,8% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Na comparação anual, o crescimento foi de 1,056 milhão de pessoas (4,8%).
MASSA DE TRABALHADORES FORMAIS SEGUE EM QUEDA
Apesar de contribuir para a melhora dos indicadores de desemprego, o emprego informal é considerado por especialistas como de menor qualidade em relação àqueles com carteira assinada.
- A crise informalizou muito o mercado de trabalho. A carteira assinada ainda é um instrumento que fomenta tomada de crédito pela população, além de garantir benefícios como 13º salário, férias remuneradas e Fundo de Garantia, que ajudam a movimentar a economia. O movimento contínuo de queda do trabalho formal é algo ruim - avalia Azeredo.
O emprego com carteira assinada continua a cair. Em setembro, eram 33,3 milhões nessa situação. Na passagem do segundo para o terceiro trimestre, houve queda de 31 mil pessoas nessa condição (-0,1%). No intervalo de um ano, 810 mil pessoas deixaram postos de trabalho com carteira assinada.
Esse aumento no número de pessoas trabalhando, aliado ao avanço do rendimento médio, fez com que o volume de salários em circulação na economia crescesse R$ 6,991 bilhões no período de um ano, alcançando R$ 188,1 bilhões. Na comparação com o segundo trimestre, a massa de renda real avançou 1,4% no terceiro trimestre. A renda média também ficou maior, com alta de 2,4%, para R$ 2.115.
- A massa de salários cresce porque aumenta o total de ocupados e o rendimento deles também - sintetiza Azeredo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário