05 DE SETEMBRO DE 2023
7 DE SETEMBRO
Com discurso de união do país, governo organiza desfile
Planalto quer desvincular celebração da data da imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro e resgatar símbolos nacionais
Com o slogan "Democracia, Soberania e União", a celebração do Dia da Independência do Brasil está prevista para começar às 9h, na quinta-feira, dia 7, em Brasília. O desfile na Esplanada dos Ministérios será dividido em quatro eixos: "Paz e oberania", "Ciência e Tecnologia", "Saúde e Vacinação" e "Defesa da Amazônia".
Segundo o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, o objetivo da celebração será incentivar a "união das pessoas". Pimenta afirmou que o evento busca resgatar símbolos oficiais como a bandeira do Brasil e o Hino Nacional:
- Exaltar esses símbolos nacionais é fundamental para reavivar o que está na Constituição.
Com previsão de duração de duas horas, o evento terá execução do Hino Nacional, passagem das tropas das Forças Armadas, show aéreo da Esquadrilha da Fumaça e desfiles de escolas, bombeiros e bandas. A expectativa de público é de 30 mil pessoas.
O governo Lula já desembolsou R$ 3 milhões na contratação da empresa responsável pela montagem e organização do desfile do 7 de Setembro. A quantia representa mais do que o dobro do gasto pelo então presidente Jair Bolsonaro em seu primeiro ano de mandato. A vencedora da licitação foi a mesma que realizou o primeiro desfile cívico-militar de Bolsonaro em 2019. Neste ano, ela embolsará R$ 1,8 milhão a mais do que quatro anos atrás.
A meta do governo Lula é desvincular a comemoração da data da imagem de Bolsonaro, quebrar a associação entre símbolos nacionais e o apoio ao ex-presidente. Na gestão passada, Bolsonaro buscou usar a data como manifestação de endosso ao governo dele. Ele convocava aliados a comparecerem ostentando símbolos como camisetas e bandeiras. Os objetos tinham o rosto e alusões à campanha do então presidente.
Histórico
Os dois últimos feriados do 7 de Setembro da gestão Bolsonaro foram os de maior repercussão política por causa dos enfrentamentos do então presidente com outras instituições. Em 2022, além de contar com a data do bicentenário da Independência, a celebração teve os investimentos turbinados em um contexto de politização durante a disputa eleitoral.
O caso fez com que Bolsonaro fosse investigado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por suspeita de abuso de poder econômico e político na maneira como o evento foi realizado. Na época, o então presidente fez discurso que foi acusado de ter cunho eleitoral.
Ele também convocou os eleitores a participarem dos atos do Dia da Independência vestindo verde e amarelo.
- No próximo dia 7, todos nas ruas. Todos de verde e amarelo. Vamos mostrar ao mundo que estamos unidos no mesmo ideal - disse às vésperas da data do ano passado.
A celebração do 7 de Setembro ficou atrelada ao bolsonarismo, principalmente após 2021, quando Bolsonaro inflamou seus apoiadores com discurso de ataque ao Judiciário. Na ocasião, chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de "canalha", pediu para ele "sair" do cargo e disse que, a partir daquele momento, não obedeceria a nenhuma determinação do ministro. Depois, recuou.
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