quinta-feira, 26 de janeiro de 2023


26 DE JANEIRO DE 2023
ALERTA

Tome cuidado, pois o calor ainda vai piorar

A intensa onda de calor que atinge o Rio Grande do Sul desde terça-feira acende um alerta para a necessidade de cuidados extras com a saúde nesses períodos. Isso porque, as máximas de até 40°C e a baixa umidade relativa do ar podem gerar uma série de efeitos prejudiciais, especialmente para quem trabalha ou faz exercícios físicos na rua.

Na tarde desta quarta-feira, a estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Jardim Botânico, em Porto Alegre, registrou 36,9ºC, a temperatura mais alta em 2023 na cidade. A expectativa é de que a Capital registre até amanhã sua maior temperatura neste ano, próxima dos 40°C. Diante da previsão para os próximos dias, o Inmet emitiu um alerta, informando que a temperatura ficará cerca de 5ºC acima da média.

É indispensável o uso de protetor solar, bonés ou chapéus e até camisetas de manga comprida, com proteção ultravioleta.

Para quem faz exercícios ao ar livre, os cuidados são ainda mais necessários. A indicação é planejar o horário, evitando a faixa entre 10h e 16h, que é quando o sol está mais forte, e buscando locais na sombra sempre que possível. Também é fundamental usar roupas leves.

Nesses casos, o filtro solar deve ser aplicado ainda em casa, entre 30 e 40 minutos antes da exposição, para que seja bem absorvido. Analupe Webber, dermatologista e diretora da seção Rio Grande do Sul da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD-RS), indica protetores específicos para esportistas por serem mais aderentes e durarem mais.

Ressecamento

Conforme a pneumologista e professora do curso de medicina da Faculdade Feevale Simone de Leon Martini, a baixa umidade pode gerar efeitos na saúde:

- O ar seco gera ressecamento nasal, o que pode causar coceira no nariz e nos olhos, rouquidão, sangramento nasal e aumenta a percepção dos sintomas das condições como rinite, sinusite, amigdalite e faringite.

Simone explica que isso acontece porque a função do nariz é filtrar o ar e, para isso, deve haver umidificação. Quando há ressecamento, o nariz não faz a barreira e acaba ficando livre para receber essas infecções respiratórias.

O médico intensivista Tiago Almeida Ramos, que é gerente médico do Hospital Mãe de Deus, acrescenta que, quando o nível de umidade relativa do ar é extremamente baixo, menor de 12%, os sinais de alerta em relação à saúde aumentam. Com índices reduzidos, é sugerido, inclusive, que se evite atividades físicas ao ar livre.

- Obviamente essa umidade muito baixa favorece a desidratação do corpo - alerta Ramos.

Por isso, a hidratação contínua é outro ponto importante, sendo necessário tomar pelo menos dois litros de água por dia. Também é preciso levar algo para beber, caso vá praticar exercício físico.

- As principais pessoas que devem ter atenção neste ponto são os idosos e as crianças, pela natural baixa ingestão hídrica e por terem um risco maior de desidratação, comparado aos adultos - orienta o intensivista.

 JHULLY COSTA

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