quarta-feira, 15 de agosto de 2018


15 de Agosto de 2018 | N° 18944
ARTIGO

VERGONHA DE SER BRASILEIRO!

De repente, não mais do que isso, nossa sociedade passou a se enfadar. As coisas que diziam respeito ao nosso ânimo e se atinham, por exemplo, à política, maldosamente tratada ao cabo do século, acabaram por permitir a inflação do sentimento de desgosto da população para com a mesma. Os oportunistas de ocasião, apercebendo-se do fantástico significado daquela conveniência que lhes era permitida cair ao colo, a ela aderiram, espertamente e de pronto.

À revelia de uma população entendida como incauta, foram criadas as grandes teias que se tornaram capazes de centralizar, comandar e gerenciar as massas, fazendo uso de vários recursos para criar o seu domínio. Hoje, cá entre nós, convive-se com uma coletividade absolutamente destituída de brasilidade, sem sentimentos de laços de sangue ou de amor por seu país. Um grupo social que se alienou e que procura conviver por detrás de cercas concertinas, em busca de seu protegido resguardo, em função de uma segurança que não lhe é permitida.

Nos estádios, à hora do jogo, em detrimento da mão ao peito, liberam-se gritos de guerra. Nos ônibus e metrôs, não mais se oferecem lugares, nem para deficientes físicos. As vagas de estacionamento destinadas a necessitados são ocupadas por argutos. Nas escolas, desferem-se sopapos sobre a face dos ensinadores. Nos ambientes institucionais, surgem malas de dinheiro que, ao invés de socorrer hospitais, geram herança para infindáveis bandos de corruptos, enquanto setores do Poder Judiciário, literalmente, se fazem cegos. Pobres de nossas futuras gerações!

JÚLIO CRUZ

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