sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Jaime Cimenti

Marcas alarmantes das eleições de 2014

Estas eleições de 2014 apresentam algumas marcas bem definidoras e alarmantes. Aproximados 30% dos jovens de 16 a 18 anos simplesmente não se interessaram em providenciar seus títulos de eleitor e, pelo visto, não estão nem aí para as urnas e para os embates e debates.  Acho triste, muito triste, isso. Até acho que é preciso estudar a questão da obrigatoriedade do voto, consultar a sociedade, ver se as pessoas querem voto apenas como direito e não como obrigação, como, aliás, funciona nos Estados Unidos.

Ver que 30% dos jovens estão desinteressados, descrentes, é de doer e faz pensar. Será que partido e político algum os seduz? Será que a gurizada já anda em ritmo de distopia, fim do mundo e de tudo?  Será que para eles o futuro acabou? Será possível que ninguém representa esta parcela enorme de jovens?  Será que eles já estão tão velhos? E velhos mesmo, no pior sentido. Velhos daqueles que acham que nada vai mudar, que não adianta votar, que tudo vai continuar como está, que a vida é mesmo assim.

Complicado. Ao menos até o momento, as pesquisas mostram que entre votos brancos, nulos e eleitores indecisos estamos com alarmantes - e gigantes - 20%. Isso sem contar a possível grande abstenção. Quer dizer: além dos 30% da gurizada sem-título, temos um contingente enorme que não se sente representado ou que ainda não decidiu, a pouco mais de duas semanas do pleito. Quanto aos indecisos, até entendo. Nesse Brasil, até o futuro era imprevisível e agora até o presente é. O escândalo de hoje é enrolado com o jornal de hoje de tarde.

Antes era com o jornal do dia anterior. O mundo nunca mudou tanto e tão rápido. Neste eterno efêmero, os eleitores vão tentando se achar e encontrar alguma ordem para o caos. Esquerda, direita, centro, centro-direita, centro-esquerda, regras de economia, noções de ética e política, não me perguntem onde ficam. Sei onde fica a Revolução Francesa, a Revolução Farroupilha, o Alegrete e minha terra, Bento Gonçalves. Já é saber muito. O resto, vamos pensar, vamos estudar, seguir adiante com o processo democrático. Me ajudem! Cartas para a redação, sobre os temas acima, por favor. Obrigado, votem bem! No fim, dá tudo certo?

Se não deu certo, é porque não chegou ao fim?


Jaime Cimenti

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