Jaime Cimenti
Garota injustiçada ou assassina fria?
O novo romance de suspense do escritor norte-americano Charlie Donlea, Não confie em ninguém (Faro Editorial, 352 páginas, R$ 49,90, tradução de Carlos Szlak) acaba de ser lançado no Brasil. Donlea é autor dos best-sellers A garota do lago e Deixada para trás, ambos lançados com sucesso em nosso país pela Faro Editorial. Sequestros, assassinatos, investigações e mistérios são os temas frequentes deste escritor que mora em Chicago com a esposa e dois filhos e gosta de pescar em locais praticamente desertos no Canadá.
A narrativa gira em torno de Grace Sebold e Julian Crist, que, apaixonados, vão passar um fim de semana na paradisíaca baía de Sugar Beach, na ilha de Santa Lúcia, no Caribe. Foram com amigos para o casamento de uma amiga de Grace. Depois da viagem o casal iria para Nova Iorque para concluir a residência numa das universidades de Neurologia mais disputadas do país. Julian queria pedir Grace em casamento.
Ela queria se casar com ele. Mas os caminhos deles se separaram. Agora ele estava morto. Grace fora condenada pelo seu cruel assassinato. A história ficou famosa nos Estados Unidos e, mesmo 10 anos depois do julgamento, Grace não fora esquecida. Sidney Ryan, documentarista de sucesso, conhecida por retratar crimes reais, conhecia a história de Grace, que lhe mandou uma carta pedindo ajuda. Na busca pela verdade, Ryan vai se deparar com uma trama de intrigas e injustiças, ódios e amores maior do que ela podia imaginar.
O documentário A garota de Sugar Beach tornou-se seriado de sucesso na televisão. Mas será que Ryan estava descobrindo realmente toda a verdade? Nem sempre a palavra final sobre o enredo é do diretor e Ryan vai descobrir isso da pior maneira possível, nesse thriller com protagonistas fortes e crimes de arrepiar.
Charlie Donlea, novo fenômeno do suspense, esteve no Brasil, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, e seu sucesso, provavelmente, tem a ver com o fato de ele ser um ávido leitor, um apaixonado por música, filmes e seriados e esportes. Quando decidiu ser escritor, Charlie quis colocar exatamente o que lhe fascinava nos filmes, músicas e livros, buscando narrativas que deixam o leitor refletindo mesmo depois de terminada a leitura.
lançamentos
O ano do pensamento mágico (Harper Collins, 238 páginas, tradução de Marina Vargas), romance autobiográfico da grande escritora, jornalista e ensaísta norte-americana Joan Didion, nascida em 1934, narra o ano posterior à morte do marido, o escritor John Gregory Dunne. Retrata uma vida, um casamento, com sensibilidade e verdade e retrata a superação pela perda do esposo, com quem dividia o local de trabalho e as preocupações com a literatura.
A nitidez das coisas (Artes & Ecos, 94 páginas), do consagrado e premiadíssimo poeta, tradutor, contista e novelista José Eduardo Degrazia, traz versos com epifanias cotidianas e mergulhos poéticos nas aparentes trivialidades dos objetos que nos cercam, enquanto passamos por nossa breve eternidade. "Só as coisas são nítidas e têm alma e acreditam na vida eterna" é o último verso do poema título. "O mundo se recusa a morrer em mim" está na página 81, para sempre. A tempestade (Editora Movimento, 168 páginas) traz o clássico de William Shakespeare escrito há quatro séculos.
Tradução interlinear, introdução e notas de Elvio Funck, em edição bilíngue, a peça fala de binômios universais como poder e liberdade, o bom selvagem e o mal da civilização, inocência e experiência, natureza e educação e sonho e realidade. Não é apenas uma utopia shakesperiana superficial. É talvez uma distopia, como querem alguns. -
Jornal do Comércio (https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/colunas/livros/2018/09/646844-garota-injusticada-ou-assassina-fria.html)
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