05 DE SETEMBRO DE 2018
ECONOMIA
Desvalorização do peso em quase 50% e negociação com FMI
A turbulência da economia argentina é medida pela situação do mercado de câmbio local. Neste ano, a desvalorização do peso frente ao dólar é de quase 50%.
Conforme analistas, as dificuldades cresceram com a piora do cenário externo para países emergentes. A situação decorre, em parte, da projeção de alta no juro dos Estados Unidos em ritmo mais rápido do que o esperado. Com a elevação nas taxas, o mercado americano torna-se ainda mais atrativo para investidores. Consequentemente, afasta recursos de países como a Argentina e o Brasil, onde os riscos são maiores.
- Quando os EUA sobem o juro, chamam os investidores. Países como a Argentina e a Turquia, que também passa por turbulência, dependem de recursos externos para fazer a economia funcionar. Por isso, a conta não está fechando - diz Pedro Ramos, gerente de análise econômica do Sicredi.
Ontem, representantes do governo argentino estiveram em Washington, nos Estados Unidos, para negociar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) adiantamento de recursos estabelecidos em acerto anterior. Na véspera, o presidente Mauricio Macri anunciou a volta do imposto sobre exportações e a redução do número de ministérios.
- O país tem elevado déficit fiscal. Grande parte dessa dívida é calculada em dólares. Com a desvalorização cambial, o problema se agrava. O momento da Argentina é marcado por incertezas. Isso também retrai o consumo da população - salienta o economista-chefe do Sistema Fiergs, André Nunes de Nunes.
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