06 DE SETEMBRO DE 2018
OPINIÃO DA RBS
LIÇÕES NA ÁREA DE SEGURANÇA
As estratégias que vêm contribuindo para avanços no combate à criminalidade no Vale do Sinos precisam inspirar outras regiões, para que a população possa ter mais tranquilidade.
O Rio Grande do Sul é um Estado violento, com índices de criminalidade inaceitáveis. Mesmo assim, alguns avanços merecem destaque. Há pelo menos dois bons exemplos localizados de queda significativa nos registros de casos nessa área: São Leopoldo e Novo Hamburgo. A receita não tem a ver com providências milagrosas, mas, sim, com ações articuladas que mobilizam as comunidades e integram os esforços das polícias Civil e Militar, além das guardas municipais. O resultado tem sido maior eficiência na realização de inquéritos, facilitando o indiciamento dos verdadeiros mandantes dos crimes e devolvendo a sensação de segurança perdida à sociedade.
Com base nessa maior articulação e numa melhor atuação da inteligência, além de mais qualificação nos inquéritos e a intensificação de ações ostensivas, os dois municípios conseguiram registrar avanços expressivos. Em São Leopoldo, a queda no número de homicídios neste ano, até agosto, foi de 65%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em Novo Hamburgo, o total caiu pela metade, conforme dados da planilha de assassinatos da editoria de Segurança de Zero Hora e Diário Gaúcho.
Na prática, o avanço significou maior confiança por parte das comunidades no papel desempenhado por servidores dos organismos de segurança pública. Em consequência, a população passou a colaborar mais, facilitando o resultado concreto tanto de medidas preventivas quanto de ostensivas.
As estratégias que vêm contribuindo para avanços no combate à criminalidade no Vale do Sinos precisam inspirar outras regiões, para que a população possa ter mais tranquilidade. E, mais do que isso, para que os ganhos obtidos se mantenham e se aprofundem.
O Rio Grande do Sul, que registrou um aumento de 58% na taxa de homicídios entre 2006 e 2016, acabou arcando com uma perda na qualidade de vida medida pelo Índice Regional de Desenvolvimento Estadual (iRS), justamente devido ao número de homicídios. Os dados continuam elevados, mas a redução registrada no primeiro semestre de 2018 significa um alento. Se as quedas expressivas nos dois municípios se estenderem a outras regiões, a tendência tem, finalmente, condições de se acentuar, beneficiando um número maior de gaúchos.
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