sexta-feira, 24 de agosto de 2012



Relato intenso e sincero sobre a alma feminina

O romance As primeiras luzes da manhã é o segundo livro do escritor, ator e diretor de TV e de rádio italiano Fabio Volo.

Seu romance O tempo que eu queria, que vendeu mais de um milhão de cópias em todo o mundo, foi sua obra de estreia no Brasil. Volo recebeu o prêmio literário La Tore Isola d’Elba e publicou, também, Esco a fare due passi (300 mil exemplares na Itália) e É uma vita que ti aspetto, best-seller na Itália em 2003.

As primeiras luzes da manhã pode se resumir em uma frase: “durante anos, esperei que minha vida mudasse, mas, agora, sei que era a vida que esperava que eu mudasse”. Até que ponto a insatisfação com um casamento pode provocar atitudes impensadas? Em que momento a relação desanda e transforma-se em um fardo? Deve-se ser egoísta e seguir adiante?

Essas são algumas questões que Fabio Volo responde no livro, que apresenta Elena, uma mulher madura que, ao envolver-se com um companheiro de trabalho, começa a repensar o próprio casamento. O romance com o colega não foi a única coisa a causar a ruptura na vida da protagonista.

Foi o estopim de uma relação que já estava errada há muito tempo, talvez desde o princípio. Ao longo do período em que se envolve com o amante, Elena vê surgir uma mulher madura e satisfeita com seus atos e estilo de vida, algo que jamais imaginara no passado.

Ela deixa de ser uma mulher tímida e recatada e passa a descobrir o próprio corpo e a usá-lo de modo sedutor e como forma de poder. Descobre a alegria de viver e acordar a cada manhã e passa a valorizar a beleza dos mais ínfimos gestos e atos. A obra se compõe de duas narrativas paralelas, ambas desenvolvidas pela protagonista, Elena. Uma analisa suas atitudes no passado, contrapondo-as à sua vida atual.

A outra é baseada no seu diário, quando nele relatava diariamente suas angústias e tristezas de  mulher casada. No livro O tempo que eu queria, Volo analisou as mazelas de um protagonista masculino. Em As primeiras luzes da manhã trata das inquietações das mulheres, mostrando conhecimento da alma feminina. Volo tem sido chamado de gênio popular, e há quem o considere um dos personagens mais transgressores da cena cultural italiana.

A obra não é apenas o relato sensível e sincero sobre os verdadeiros sentimentos de uma mulher. Ele trata de imprevisibilidade, novos caminhos, erros e acertos e outras pequenas grandes coisas do cotidiano. Bertrand Brasil, tradução de Marcelo Lino, 252 páginas, R$ 29,00, mdireto@record.com.br.

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