Tragédia climática
A conta da emergência climática chegou, e da pior forma possível. A chuvarada que despencou sobre o Rio Grande do Sul nos últimos dias foi trágica: matou pelo menos 21 pessoas, inundou cidades inteiras (não apenas áreas ribeirinhas) e alagou casas onde a água de rios e córregos jamais havia chegado, surpreendendo moradores atônitos e arrastando tudo pela frente.
As enchentes no Taquari e no Caí não são um fato novo, é verdade. Costumam se repetir todos os anos. Mas o fenômeno que acompanhamos ontem na região banhada pelo caudais nada tem de "normalidade". Longe disso. Foi, talvez, a maior tragédia provocada pelo clima na história recente do Rio Grande do Sul. Não há precedentes.
A chuvarada veio volumosa, confirmando previsões e alertas da Defesa Civil e dos institutos de meteorologia, e espalhou destruição por onde passou, arrancando até paralelepípedos das ruas. Famílias foram destroçadas, flagelados tiveram de esperar por socorro em cima de telhados, rodovias ficaram bloqueadas. E ainda vem mais por aí, com a previsão da volta da chuva nos próximos dias.
Tudo indica que o super El Niño chegou e está entre nós, mostrando a cara feia com dentes arreganhados de bicho selvagem, alimentado pelas mudanças que vêm sendo observadas na atmosfera. A verdade, que alguns ainda insistem em negar, é que estamos começando a pagar a fatura por décadas de descaso com o meio ambiente - o famoso "não dá nada". Do jeito mais doloroso e cruel possível, estamos nos dando conta do tamanho da encrenca em que nos metemos.
A ação humana inconsequente despejou - e segue despejando - toneladas de CO2 na atmosfera, como se não houvesse amanhã. Até quando vamos permanecer anestesiados e negando o que está na nossa cara?
Soberanas que entendem de morango
A Festa Nacional do Moranguinho, em Bom Princípio, não tem só belas representantes. A soberanas do evento, Carol Schneider, Julia Reichert e Cris Vogel (da esquerda para a direita na foto), conhecem a fundo os segredos da produção da fruta que, entre 6 e 24 de setembro, será a estrela evento do município de 13 mil habitantes no Vale do Caí.
Hoje, a cidade conta com 55 famílias produtoras. Entre elas, está a de Julia, que cresceu ajudando os avós e o tio a cultivar e colher morangos. São três estufas hidropônicas nos fundos da casa, onde chegam a ser embaladas mais de 200 bandejas por dia no auge da safra, entre agosto e setembro.
- Tanto eu quanto as gurias (Cris e Carol) conhecemos todos os passos da produção e nos orgulhamos disso - diz a rainha, que é funcionária do Sicredi.
Neste ano, a prefeitura espera receber 200 mil visitantes durante a festa, realizada desde 1986. Além de mais de cem atrações (de bandinhas a shows nacionais), os visitantes poderão se esbaldar com cuca e chope de morango. E ainda passear no Trenzinho Moranguito.
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