sábado, 21 de março de 2020


21 DE MARÇO DE 2020
+ ECONOMIA

Acordo para evitar demissão em massa


Na sexta-feira, um acordo foi firmado entre representantes das empresas e dos trabalhadores da construção civil, com base na decisão do governo federal que permite redução de jornada e salário de até 50%. No segmento, as duas principais decisões foram organizar os canteiros de obras em dois turnos e limitar a redução em 40%. O resultado é uma convenção coletiva de trabalho de caráter extraordinário e emergencial que define condições específicas de atuação para o período da pandemia. 

Conforme o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-RS), Aquiles dal Molin Júnior, o objetivo foi preparar o setor para tomar as medidas cabíveis diante da crise gerada pela pandemia de coronavírus com segurança jurídica. Além da redução de jornada e salário, a convenção emergencial define regra mais flexíveis para férias coletivas, banco de horas e até indenização em caso de extinção da empresa empregadora.

- Muitas obras vão parar, se não todas, porque neste momento ninguém está pensando em comprar apartamento. Nesse momento, temos de pensar em preparar a retomada, que pode ocorrer a partir de maio - afirma Dal Molin.

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Porto Alegre (STICC), Gelson Santana pondera que a tentativa é diminuir o máximo possível o dano aos empregos no setor:

- Vamos perder, mas temos de limitar ao mínimo possível. Se não fizermos nada, vai haver demissão em massa - conforma-se.

Santana lembra que a crise chega em um momento no qual a construção civil estava começando a se recuperar, depois de uma longa crise.

A SEMANA QUE EU VI

MONTANHA-RUSSA


No domingo, uma decisão extraordinária do Fed, o BC dos EUA, de cortar a taxa de referência para o intervalo de  zero a 0,25% ao ano, acionou nova onda de pânico nos mercados mundiais. No Brasil, pressionou o BC local a fazer um corte maior no juro básico e ajudou a levar o dólar comercial a R$ 5 pela primeira vez na história

NA LINHA DE FRENTE

Os bancos públicos e privados deram a largada para amenizar o impacto do coronavírus. Os cinco maiores – Banco do Brasil, Caixa, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander –, mais o Banrisul, vão renegociar dívida de clientes por ao menos 60 dias.

OS DESASSISTIDOS

O pacote do governo de R$ 147,5 bilhões anunciado  na segunda-feira, tem direção correta, mas quantidade mínima. Foi apresentado como ajuda prioritária aos  mais vulneráveis, mas deixou de fora os informais, um dos grupos mais frágeis diante da crise.

SEM MÁQUINAS

Em um só dia, na quinta-feira, cerca de 15 mil gaúchos entraram em férias coletivas. As indústrias começaram a desligar as máquinas. Marcopolo e Todeschini pararam 100%, Randon mantém metade das operações. As montadoras de veículos travam a produção, o que atinge a unidade da GM de Gravataí. Redes de varejo, como a gaúcha Renner, também fecharam as portas.

MARTA SFREDO

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