Entrelacos

06 de novembro de 2013 | N° 17606

PAULO SANT’ANA

Máquina mortífera

Nós, gremistas, ficamos chorando que o time não faz gols há vários jogos e que Renato não decide colocar Zé Roberto no time.

Mas não olhamos para o nosso rival. Para cúmulo colorado, até um matemático, Tristão Garcia, surgiu ontem para revelar quais são as chances de o Internacional cair ainda neste ano para a segunda divisão.

Ou seja, nossa situação é incomparavelmente melhor do que a dos colorados.

O companheiro mais antigo de Zero Hora, Carlos Wagner, colorado roxo, veio ontem me dizer, a par de estar preocupado indevidamente sobre se o Internacional poderá cair para a segunda divisão, o que é um delírio de pessimismo doentio, que o seu Internacional é uma Máquina Mortífera de ídolos: queimou o Falcão como seu treinador, queimou o Figueroa como seu treinador, queimou o Fernandão como seu treinador, queimou o Dunga como seu treinador e está queimando o campeão mundial de clubes, Clemer, como seu treinador.

É uma carbonização com cinzas.

Mas o nosso problema como gremista é outro: é que o time de Renato há vários jogos não faz gols e hoje à noite precisa fazer dois gols para poder decidir a Copa do Brasil na finalíssima.

Todos querem que Zé Roberto saia jogando hoje e ao mesmo tempo todos afirmam que Zé Roberto não jogará.

A respeito disso, quero dizer que não adianta botar o Zé Roberto no time só por alguns minutos: ou joga os 90 minutos inteiros ou não joga nenhum minuto.

Eu não queria estar na pele do Renato. Ou melhor, eu queria: botava Zé Roberto desde o início do jogo e fosse o que Deus quisesse.

O fato é que, pelo que vem jogando o Zé Roberto – ou melhor, pelo que ele não vem jogando – e pelo que vem tão mal o time jogando, tem de entrar o Zé Roberto.

Se Renato perder a classificação hoje sem o Zé Roberto no time, o treinador gremista é que se queimará, não como ídolo do clube, que isso é eterno, mas se queimará imediatamente como treinador do Grêmio.

Em face disso é que Renato tinha de tomar a decisão de jogar os 90 minutos com Zé Roberto. E 45 minutos com Elano.

Seria inteligente e astuto o Renato se fizesse isso.

E eu não duvido de que ele vá fazê-lo, é uma questão de sobrevivência. Se Renato perder a classificação com o Zé Roberto no time, em face do clamor geral que pede Zé Roberto, Renato não terá nenhuma culpa pela desclassificação.

Mas, se ele desclassificar o Grêmio sem Zé Roberto, Renato será torrado. Torrado.

Então, Renato que trate de ser inteligente e avalie, logo mais, muito bem essa questão.

Vamos, Grêmio, é hoje! Não passa de hoje, Grêmio! Rumo ao paraíso, Grêmio!