05 de agosto de 2009
N° 16053
DUELO NO CARPETE AZUL - Simon teve “medo” do olhar de Collor
Depois de bate-boca no plenário do Senado, o senador do PMDB ironizou ex-presidente, mas garantiu que não se intimidouUm dia depois de ingressar em um debate verbal contra Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor (PTB-AL) no plenário do Senado, o senador Pedro Simon (PMDB) garantiu ontem não ter ficado intimidado com os discursos críticos feitos contra ele pelos senadores alagoanos na segunda-feira.
Collor e Calheiros integram a tropa de choque em defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e Simon insiste na renúncia do peemedebista.
– Não me intimidei, senti pena. Fiquei preocupado com aquele ar de revolta, de angustia, ele veio impetuoso. Parecia o Collor presidente da República. Ontem, ele voltou a ser o que era. Fiquei angustiado com os olhos dele – disse Simon, ao ser questionado sobre a reação do ex-presidente da República Fernando Collor, que, visivelmente irritado, chegou a dizer a Simon que “engolisse as palavras”, quando o gaúcho citou um evento de sua trajetória política.
Simon garante que continuará insistindo pela renúncia de Sarney do comando do Senado, mas avalia que, depois da ofensiva promovida pelos senadores aliados ao presidente, o cenário de embate ficará mais acirrado entre os senadores.
Colegas questionaram gaúcho sobre temor de agressão
O gaúcho contou que alguns colegas, espantados com a reação agressiva de Fernando Collor, o questionaram se ele não teria sentido medo de que o senador alagoano o agredisse fisicamente, a exemplo do que fez seu pai, Arnon de Mello, na década de 60, quando matou com um tiro no peito o senador José Kairala, em plenário. Segundo registros, Arnon Mello tentou acertar um desafeto político seu, o senador Silvestre Péricles, mas acertou, por engano, Kairala, que estava logo atrás.
– Fiquei com medo do olhar dele, mas na hora não me lembrei deste episódio, não tive medo. Mas o pai dele errou porque estava numa distância maior. Ontem, na distância que ele estava de mim, eu não teria chance de sobreviver – ironizou Simon.
Depois de participar de uma reunião com líderes de DEM, PSDB, PDT e PSB, o líder do PT, Aloizio Mercadante, recusou-se a assinar uma nota conjunta pedindo o afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Na saída, Mercadante foi cumprimentado por Simon e disse que “o PT mantém sua postura” em defesa da saída do peemedebista – mas que isto não significa que o partido esteja disposto a firmar um acordo com a oposição.
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