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sexta-feira, 3 de julho de 2009
03 de julho de 2009
N° 16019 - PAULO SANT’ANA
Futebol tem que ter ética
Pode alguém interpretar que o que vou escrever agora seja contra o Internacional.
Mas é a favor.
Não pode o jogador D’Alessandro fazer o que fez no jogo contra o Corinthians, atravessando a metade do gramado, com visíveis intenções de agredir um adversário, com fúria no gesto, o adversário e seus companheiros fugindo de D’Alessandro, recuando para não o enfrentarem e virem a ser expulsos, que era o que certamente pretendia o jogador colorado, que confessou essa sua intenção no microfone.
Sinto ser difícil solucionar, mas o futebol precisa imediatamente mudar a sua regra e permitir a legítima defesa em caso de agressão.
D’Alessandro foi um celerado furioso com seu gesto e manchou o futebol.
Não pode igualmente um vice-presidente do Internacional armar um dossiê contra as arbitragens e lançá-lo exatamente no dia em que seu clube, o Internacional, foi decidir a Copa do Brasil contra o Corinthians.
Tinha o direito, Fernando Carvalho, de divulgar seu dossiê em setembro ou em fevereiro, jamais às vésperas da decisão entre seu clube e o Corinthians.
A sua pressão se tornou espúria porque foi viciada pelo oportunismo antiético de tentar coagir o juiz da decisão da Copa do Brasil. Não fosse destemido e justo, o árbitro teria atendido a perversa manobra de Fernando Carvalho.
Além disso, Fernando Carvalho procedeu como presidente do Internacional, e ele não o é de direito, embora tente se insurgir como de fato, passou por cima da autoridade de Vitório Piffero, constrangendo Vitório Piffero ao, como disse Shakespeare, atirar-se a uma aventura louca, delirante, marcada por uma profunda atitude antiética, que deixou perplexa a consciência esportiva instituída e informal das arquibancadas.
Até anteontem, Fernando Carvalho era um ás respeitável da diplomacia esportiva brasileira.
Depois de ontem, Fernando Carvalho viu manchada a sua biografia de exatidão ética, tornou-se apenas, como dirigente, um ser espúrio de malandragens, falsas malandragens e truques sem credenciais para ingressar no mundo das relações sérias e éticas que devem frequentar as disputas restritas ao ideal esportivo decente.
É um atentado ao consenso querer ganhar por pressão coativa título que idealmente deveria ser genuíno, puro, livre das pressões menores e selvagemente tribais.
Fernando Carvalho manchou com esse ato a sua vida desportiva que até agora era admiravelmente intocável.
Se Piffero recobrar a autoridade de presidente, tem o dever no mínimo de admoestar Fernando Carvalho, de vez que os coirmãos do Clube dos 13 já pretendem afastá-lo do convívio deles, com justa razão.
É melhor para o Internacional que apague da memória esportiva os atos de D’Alessandro e Carvalho, censurando-os de forma pública e energicamente.
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