25 de julho de 2009
N° 16042 - MOACYR SCLIAR
A gripe e seus mitos
A palavra vem do italiano, e quer dizer influência. Influência de quê? Dos astros. Numa época acreditava-se que os corpos celestes governavam não só a vida das pessoas, como seu temperamento (os melancólicos estariam sob o signo do lento e pesado Saturno) e suas doenças, incluindo a gripe.
A descoberta do vírus esclareceu a causa desta, mas outros mitos surgiram, e, com a gripe suína, se disseminaram, como vocês podem constatar, digitando no Google a expressão “swine flu myths” – são milhares de referências, mostrando como os boatos a respeito de disseminam.
Vários sites surgiram especialmente para lidar com dúvidas e crendices. E os mitos que os sites listam mostram as dúvidas e apreensões das pessoas, sobretudo nos Estados Unidos.
Por exemplo: o tempo frio causa a gripe? Resposta: não. Gripes e viroses respiratórias são mais comuns no inverno, mas isso não está ligado diretamente a baixas temperaturas, e sim ao fato de que as pessoas ficam mais confinadas nesta época.
Outro mito: há medicamentos, o Tamiflu em especial, que podem evitar a gripe e que devem ser tomados profilaticamente. Não: o Tamiflu é de fato usado no tratamento da doença, mas não é vacina.
E aí a imaginação começa a voar. Perguntas como “É verdade que só os mexicanos nos transmitem a gripe?” mostram que a paranoia nacionalista também está presente nas epidemias.
Mas o máximo em matéria de mitos é o boato que circula nos Estados Unidos: o vírus da gripe pode infectar o computador e transmitir-se ao dono deste. Esta soma de imaginação e tecnologia é realmente fantástica. Só falta agora alguém querer vacina para os computadores.
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