Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
10 de outubro de 2007
N° 15383 - Paulo Sant'ana
Descrição de um assalto
O leitor Rodolfo Acadrolli Neto (rodolfoan@annex.com.br) está relatando à coluna a sua aflição por sofrer um assalto, o perigo de morte e finalmente a negociação dramática com os assaltantes para recuperar o veículo mediante resgate financeiro, em face de não ter seguro do carro. Foram três e-mails enviados, falta só o quarto, que certamente virá com o desfecho.
"Prezado SantAna. Ainda estou assustado. Mas resolvi escrever agora com o intuito de transparecer de forma ainda mais clara e nítida o que realmente estou sentindo.
Como é de praxe, ontem, segunda-feira, dia 8 de outubro de 2007, às 20h, fui jogar aquela velha pelada com meus amigos. Quando voltei, ainda passei no escritório para pegar um documentário que gostaria de assistir novamente, Quem Somos nós?.
Eram aproximadamente 22h quando cheguei em casa, na ânsia de tomar um belo banho, conversar um pouco com meus irmãos e ir dormir cedo para um novo dia.
Parei o carro em frente de casa para abrir o portão e a garagem. Ao abri-la, deparei com o inusitado!
Era uma moto, parou do lado do meu carro, senti tudo o que estava acontecendo décimos de segundos antes, dei dois passos em direção à moto, quando, repentinamente, voltada para minha face estava uma arma, prateada, brilhosa, reluzente, segurada por um homem mais baixo e mais magro do que eu, branco e usando um capacete.
Foram frações de segundo, olhei para a arma e nos olhos daquele que possuía o poder de decidir entre minha vida e minha morte, o que mais queria era sair da mira da arma e dos olhos daquele indescritível rapaz.
Não lembro de ter visto a moto e meu carro se irem. Minha primeira reação foi correr para dentro de casa, gritando desesperadamente por um celular, mas sentindo realmente um alívio, um alívio de poder estar gritando, um alívio de poder estar correndo, UM ALÍVIO POR ME DEIXAREM ESTAR VIVO!
Saí rapidamente pela rua em direção a um posto policial, que fica a uma quadra da minha casa, no meio do caminho, com a respiração ofegante, implorava ajuda ao policial que me atendeu pelo 190, mandou eu ficar calmo que duas viaturas estavam a caminho, em vão, calma é algo desconhecido!
A noite estava carregada, pesada. Logo após chegou meu pai, permaneceu sereno, acredito que também aliviado, assim como eu, por não ter perdido um filho naquele dia.
Depois de algumas conversas com os policiais, tentativa de contato com os assaltantes, fui até a delegacia fazer a ocorrência, transtornado, procurando sugestões e opiniões, sendo que algumas me alegraram e outras não.
O carro não tinha seguro. São 14h29min do dia 9 de outubro de 2007, busco nas palavras um pouco de paz, um pouco de calma, pois através delas pareço comungar o que me aflige. Estou inseguro e me sentindo vulnerável. Depois volto a escrever, tomara Deus que com boas notícias!"
Segundo e-mail: "As horas parecem não andar, são 16h28min, passou-se pouco mais de uma hora e a sensação era de que o dia já tinha acabado. Cada toque no telefone, cada barulho um pouco mais saliente é motivo de alerta.
Os olhos estão esbugalhados, o coração palpita, a cabeça está pesada. Os olhos estão fixos no telefone, esperando ele tocar, esperando que o juiz da minha vivência ligue, dite as regras, e eu cumpra!
O telefone tocou enquanto escrevia. Agora estão com um tom de voz mais impositivo, como querendo deixar bem claro quem está dando as regras, quem é rei e quem é súdito.
A oferta dada não foi aceita nem recusada, o diálogo está mais conflitante. Assim como antes, ficaram de nos ligar. Voltamos ao aguardo. Se Deus quiser isto será resolvido!"
Terceiro e-mail: "Quase que imediatamente, quando acabei de escrever a parte do texto acima, o telefone ao lado tocou, era meu pai:
Vem pra casa, os caras estão com o carro. Saí correndo em direção ao apartamento dele. Chegando lá, meu pai disse que as negociações começaram, diretamente com os assaltantes.
Agora são 17h38min, estamos esperando eles entrarem em contato novamente, tenho coisas por fazer, mas não há cabeça para tal. Penso em recuperar o carro. O clima ainda é tenso, mas fortes são as esperanças, forte ainda é o medo.
Com o perdão da redundância, depois volto a escrever, tomara Deus que com boas notícias! Espere, o clima é ainda mais tenso, são 19h45min. Estamos esperando a última ligação antes do encontro".
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário