segunda-feira, 7 de novembro de 2016


07 de novembro de 2016 | N° 18680
EDITORIAIS

O RISCO MAIOR

Na véspera da eleição presidencial norte- americana, as pesquisas de intenção de voto mostram uma disputa tão apertada entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump, que a definição tende a ficar para a zona de conforto dos pesquisadores: a margem de erro. O leve favoritismo que a secretária de Estado do governo Barack Obama manteve ao longo da campanha, estimulado pelas gafes e pela truculência explícita de seu oponente, parece ter se diluído na reta final da corrida pela Casa Branca.

O que é melhor para o Brasil? Hillary Clinton não é a candidata dos sonhos dos brasileiros e dos países que mantêm fortes relações comerciais com os Estados Unidos, pois o Partido Democrata é tradicionalmente protecionista. Mas, além de já ter se comprometido com posições mais flexíveis em relação a acordos comerciais com outras nações, ela tem uma visão mais humanitária do que a do seu adversário sobre os imigrantes, incluindo-se aí cerca de 1 milhão de brasileiros que vivem nos EUA em situação migratória irregular.

Donald Trump é um populista radical e um homem preconceituoso e autoritário, rejeitado até mesmo por lideranças importantes de seu partido. Milionário bem-sucedido, ele parecia apenas um tipo folclórico no início da campanha, mas acabou conquistando simpatias inesperadas entre os americanos que temem a crise econômica, o terrorismo e a concorrência dos estrangeiros. Suas bravatas encontraram ressonância naqueles que têm medo de tudo e acreditam em teorias da conspiração.

É, inquestionavelmente, um risco muito maior para a cooperação e a paz mundial.

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