sexta-feira, 17 de maio de 2013


Jaime Cimenti

Música, música, música

Gosto muito do som do silêncio, que é nosso grande e eterno mantra, mas ainda prefiro os sons de boa música que, acima de tudo, é uma linguagem. Talvez a linguagem mais universal e a que tenha mais chances de seguir dando alguma paz, beleza e harmonia ao nosso planeta, cada vez mais barulhento, tumultuado e conflituado. Até os Beatles, por aí, mostrou recente pesquisa científica, que a música tinha mais qualidade e riqueza.

Hoje as aporrinholas eletrônicas e outros bichos muitas vezes mostram que a galera não está muito a fim de ouvir música e, sim, de dançar ao som de alguma coisa. Música virou, tipo assim, música de fundo. Música mais para ouvir do que para escutar. Alguns hits recentes têm quatro ou cinco notas, estrutura musical paupérrima, mas, ainda assim, te pegam, te matam, ganham as paradas de sucesso e, principalmente, as pistas de dança.

Não sou juiz nem crítico de ninguém e nem sou crítico musical, mas me dá uma certa tristeza ao ver CDs e DVDs de bossa nova, MPB e jazz relegados às prateleiras dos fundos das lojas, hoje tomadas por pop rock e outras baladas. Não, não estou falando de saudosismo. Chega de saudade. Claro, melhor música simples e meio barulhenta do que música nenhuma ou sons de canhão, de metralhadoras ou de bomba atômica acabando com o mundo.

Melhor ouvir isso do que ser surdo, dá para dizer sobre algumas melodias tenebrosas. Pois é, há quem diga que o orgasmo e a música são as coisas mais próximas de Deus. Concordo. Acho até que Deus dá uma mãozinha para alguns compositores, como, por exemplo, para Bach em Jesus Alegria dos Homens, uma das maiores e mais perfeitas composições de todos os tempos. Sem poesia e sem música a vida fica bem menor, nem sei se vale a pena.

A música decididamente ajuda a gente a viver melhor. Aí vão alguns versos a respeito do tema : Música/ música/ música / A música é maior do que o canto/ E o canto é bem  maior  que o cantor/ Mas quando a voz brilha ao vento/ A música cresce mais  que o amor. Versos para, quem sabe, uma futura canção.

São de autoria de um cara que gosta muito, muito de música, que anda cantando por aí, nos bares e bailes da vida, ainda com receio de perguntar se querem, mesmo sem pagar, ouvi-lo. Mas que sempre soube do tamanho e da importância infinitos da música. Música. Uma das vozes de Deus. Quem sabe, a maior. 
Jaime Cimenti

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