03 DE FEVEREIRO DE 2023
CAPA
Jota Quest de volta ao Planeta
Banda mineira realiza sua 15ª participação no Planeta Atlântida, festival que ocorre hoje e amanhã na Saba
Fácil, extremamente fácil perder as contas. Tanto que a informação pega o vocalista do Jota Quest, Rogério Flausino, de surpresa: - Quinze vezes? É mesmo, cara? Tá de sacanagem Nem eu sabia que era tanto (risos).
Com o show de hoje, a banda chegará a 15 apresentações no Planeta Atlântida, que realiza sua 26ª edição hoje e amanhã na Saba, em Atlântida. Empatará com O Rappa em número de shows no festival, mas como o grupo carioca encerrou as atividades em 2018, será a banda em atividade que mais marcou presença por lá. O Jota Quest é atração do Palco Planeta, a partir das 21h30min. O festival realiza, neste ano, sua primeira edição após um hiato devido à pandemia de coronavírus.
A primeira participação da banda mineira no evento foi em 1998. Flausino lembra que, pouco antes, o grupo já havia construído uma relação sólida com o Rio Grande do Sul. Após o lançamento do primeiro disco, em 1996, que leva o nome do grupo, o Jota Quest só era conhecido em sua terra natal - Belo Horizonte (MG) e arredores. Até que surgiu um convite inesperado em 1997 para a banda fazer uma turnê pelo Estado.
Energia
Flausino conta que estranhou a proposta, pois o alcance do Jota Quest não era grande naquele momento. Porém, os shows no RS lotaram. De alguma maneira, as músicas do grupo mineiro caíram nas graças das rádios porto- alegrenses. O Estado passou a ser a segunda casa da banda. Logo, surgiu o convite para o que o vocalista define como "o primeiro grande festival das nossas vidas".
- A energia que sentimos naqueles primeiros anos é algo que não vamos esquecer nunca. Vamos carregar para o resto da vida. Não é à toa que Porto Alegre é a nossa segunda capital. Viramos uma banda gaúcha naqueles anos. Metade do tempo passamos aí. E o Planeta era o grande palco disso tudo - recorda. - Temos muita gratidão pelo que o festival fez por nós.
O vocalista frisa que toda vez que o Jota Quest se apresenta no Planeta se repete o mesmo frio na barriga de 1998. Para a edição 26 do festival, o grupo levará ao palco o show da turnê Jota25, com clássicos como Na Moral, O Sol, Dias Melhores, De Volta ao Planeta e Encontrar Alguém, além de lançamentos mais recentes - Blecaute, Te Ver Superar, Imprevisível e a versão do grupo para Tempos Modernos, de Lulu Santos.
- Quero botar os "hitão" tudo para a galera cantar junto. As músicas que marcaram nossa trajetória "planetária". Como sabemos que tem um público jovem, tocaremos também coisas mais recentes, que conseguiram se conectar com essa turminha - destaca Flausino.
A turnê Jota25 celebra o aniversário do álbum de estreia e o momento em que as coisas começaram a ficar mais profissionais para o grupo. Originalmente, essa série de shows era para ter ocorrido entre 2020 e 2021, mas a pandemia adiou os planos. No ano passado, a turnê encheu três noites no Auditório Araújo Vianna em julho.
Aliás, tamanha é a conexão da banda com a cidade que a gravação do DVD da turnê Jota25 será justamente em Porto Alegre. O show está marcado para o dia 17 de junho, no estádio Beira-Rio. Mais informações sobre essa apresentação serão reveladas em breve.
Flausino brinca que a banda costuma ter dois aniversários: além do primeiro álbum, que marca a guinada do grupo, há também os 30 anos de fundação, que serão completados em 2023. Mesmo assim, o plano é visitar mais cidades com a Jota25 neste ano.
Projeto
Ao longo do ano, o Jota Quest seguirá captando imagens da turnê, que se somarão ao registro da apresentação no Beira-Rio. Aliás, o grupo andou filmando em Porto Alegre na última vinda à capital gaúcha. Segundo Flausino, esse material todo resultará em um projeto audiovisual que mesclará show e história da banda. O vocalista prevê que o conteúdo esteja pronto para ser lançado entre o final de 2023 e o começo de 2024.
Além disso, um novo álbum do Jota Quest será lançado ainda no primeiro semestre. De acordo com Flausino, o trabalho apresentará a banda com uma textura mais moderna, mas que também remeterá à sonoridade do primeiro disco.
- É um apanhado do nosso jeito de fazer música. Vai ter canções mais lentas, mas também outras mais festivas e dançantes, com groove e funk - adianta o vocalista.
Com a mesma formação desde o começo - além de Flausino, há Marco Túlio Lara (guitarra), PJ (baixo), Paulinho Fonseca (bateria) e Márcio Buzelin (teclado) -, o Jota Quest tem sobrevivido ao teste do tempo lançando novos projetos e estando no palco de grandes festivais. A troca com o público segue intensa nos shows, como descreve Flausino, o que ainda traz uma sensação que ele não quer deixar de vivenciar.
- A energia que isso dá para você é um negócio tão fantástico... Não pretendo parar de sentir isso tão cedo - sublinha. - Eu quero que o Jota esteja aqui até o último dia da minha vida.
WILLIAM MANSQUE
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