quarta-feira, 13 de março de 2019


12 DE MARÇO DE 2019

INDICADORES


Abaixo a santa ignorância


Após o Carnaval e discussões via Twitter de uma pauta só compatível com a ética pagã do evento, parece que vamos começar o ano.

Discussão válida é sobre o nível de sabedoria do nosso povo para enfrentar o futuro do mundo nos próximos 50 anos, onde vai se viver a economia do conhecimento.

Nela, o principal processo de criação de valor é a educação. Por ela, cria-se o capital humano para gerar riqueza. São pessoas capazes de resolver os problemas modernos e, com isso, gerar valor. A riqueza das nações passa a existir não por ter uma mina de qualquer metal (vide a miséria de Brumadinho) mas, sim, pelo fato de ali estarem estabelecidas na sociedade pessoas com conhecimento sobre coisas importantes a nível global.

Construir uma sociedade próspera é ser capaz de educar seus cidadãos, elevá-los a atividades desbravadoras na área de conhecimento e aperfeiçoar os sistemas político e social de forma a surfar na provável onda do progresso deste novo mundo civilizado. Há dois séculos, a humanidade levava 50 anos para dobrar seu conhecimento. A partir de hoje, vai levar 13 meses e isso vai continuar acelerando. É espantoso! Exige um posicionamento.

Está claro o inimigo: a ignorância. Por isso, no atual momento político, a passagem tem de ser aberta para quem lê mais, sabe mais e argumenta com conhecimento de causa. Um ex-ministro brasileiro falava: "para progredir, podemos aprender fazendo experiências equivocadas, fazendo experiências boas mas demoradas ou copiando o que já deu certo em outros lugares". O conjunto de coisas erradas no Brasil leva a crer que insistimos em fazer nossas próprias experiências e nos equivocar.

Um exemplo gritante é o caos fiscal que vivemos por tentar buscar soluções aparelhando um Estado e pagando caro por seus serviços sofríveis. Isto nunca deu certo em outros lugares. Foi montado no Brasil pela Constituição de 1988 com abuso de ignorância, ufanismo e ideologia. Deixamos de copiar fórmulas vencedoras e partimos para o rumo errado. Nesta hora em que muitas discussões estão pautadas por revisões de conceito, de ética e atitudes, precisa-se de conhecimento. A China foi aprender capitalismo nos Estados Unidos com sua humildade milenar. E nós vamos por onde?

Ricardo Felizzola escreve às terças-feiras, a cada 15 dias - RICARDO FELIZZOLA

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