15 de dezembro de 2011 | N° 16918
PAULO SANT’ANA
Imitando Descartes
Penso, logo existo?
Penso, logo desisto.
Penso, e é só isto.
Penso, logo te avisto.
Penso, logo insisto.
Penso pelo visto.
Penso, logo coexisto.
Penso, logo sou um misto.
Penso, logo estoy listo.
Penso, longe disto!
Penso, logo listo.
Penso. Logo nisto?
Penso e me assisto.
Penso como Cristo.
Penso no que visto.
Penso, logo entrevisto.
Penso, logo despisto.
Penso, logo me alisto.
Penso se sou benquisto...
Penso, logo conquisto.
Penso, logo sou malvisto.
Entre a loucura e a genialidade, almejarei sempre a loucura. Como móvel da insânia, a loucura me anestesiará.
Já a genialidade me acarretaria um sofrimento estupendo.
Entrei ontem num táxi e só dentro percebi que o taxista vestia uma camiseta do S.C. Internacional.
Em face disso, disse a ele que iria desembarcar, não queria mais fazer a corrida.
O taxista então perguntou: “E, se eu envergasse a camiseta do Grêmio, o senhor viajaria comigo?”.
Retruquei: “Não só viajaria, como pagaria o preço da corrida em dobro”.
A seguir desfiz a brincadeira e viajei com o colorado.
Recebi ontem, eu e inúmeros agraciados, a Medalha da Brigada Militar, quando fiz um discurso emocionado no casarão do Quartel-General, onde, quando eu era menino, meu pai me levava para cortar o cabelo na barbearia dos oficiais.
Vários brigadianos me disseram ontem na solenidade que eu sou o patrono do reajuste de vencimentos dos oficiais da BM e dos delegados de polícia.
E alguns se juntaram a vários e-mails que recebo, que reclamam de que não prego o reajuste das praças brigadianas, dos inspetores, escrivães e comissários de polícia.
Eu respondo a eles: tudo tem seu tempo certo. Será que não percebem que, se os delegados e os oficiais forem reajustados, em seguida será irrecusável reajustar os escalões inferiores?
Calma, tudo tem seu tempo certo, venham por mim. Não é mesmo, governador Tarso Genro?
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