Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
05 de maio de 2011 | N° 16691
ARTIGOS - Renato Silvano Pulz*
Um homem ou um rato?
A ciência andou a passos largos no último século. A medicina ultrapassou os limites da ficção proporcionando a cura para uma infinidade de enfermidades. Infelizmente, ainda há lacunas a preencher, mas são inegáveis os avanços conquistados. A pesquisa e a experimentação foram caminhos necessários no entendimento das doenças, de suas causas, das suas particularidades e da descoberta de novos tratamentos.
Os animais sempre serviram para o estudo da anatomia e fisiologia, mas depois das conclusões de Darwin, o uso comparativo dos animais se consagrou na medicina. A experiência com animais nas diversas áreas da ciência, fundamentalmente na área da indústria farmacêutica, passou a ser obrigatória.
Nos dias de hoje, há intensa discussão sobre a utilização de animais na pesquisa e já são percebidos alguns esforços da sociedade e do meio acadêmico para que se criem métodos alternativos.
Criaram-se legislação e a obrigatoriedade de comissões de ética para o uso de animais nas instituições de ensino e pesquisa. Já se observa um grande número de universidades e cursos de ciências biomédicas se utilizando da educação humanitária e abandonando velhas práticas envolvendo o sacrifício de animais. Mas certamente ainda há uma longa estrada a ser percorrida, uma batalha contra a inércia e o conservadorismo.
O que me desperta reflexão é por que sempre consideramos a nosso favor as semelhanças entre as espécies. Um artigo especializado divulgou os resultados de um estudo sobre o efeito do estresse em camundongos e as modificações na química cerebral em regiões fundamentais para o processamento de emoções.
O autor ressaltou que as regiões cerebrais estudadas estão presentes em todos os mamíferos. O leitor consegue perceber o paradoxo? Ao mesmo tempo em que consideramos semelhante o sistema emocional do pequeno roedor, a ponto de permitir fazer comparações com o nosso complexo sistema nervoso, não consideramos o seu sofrimento, a ponto de permitir a realização de experiências com um ser senciente.
Não tenho a pretensão de oferecer respostas a este dilema. Mas sei que a sociedade não pode se furtar à obrigação moral de discutir o assunto com seriedade e sem preconceitos. E, com respeito aos que pesquisam comportamento humano, acredito que a mente de uma criança que sofre com agressões é mais complexa que a de um rato preso em um laboratório.
*Médico veterinário
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário