quarta-feira, 15 de abril de 2009



15 de abril de 2009
N° 15939 - PAULO SANT’ANA


Segurança dos shoppings

Recebi do mago da cirurgia plástica um atencioso e-mail: “Meu caro Paulo. Li com muita emoção o seu brilhante e generoso artigo que me chegou recentemente às mãos. Os anos passaram, mas senti em sua crônica o mesmo entusiasmo pela vida e pelo ofício de escrever. Quando vier ao Rio, venha tomar um café comigo. Um forte abraço do (ass.) Ivo Pitanguy”.

Recebi da associação que reúne os shoppings centers uma resposta à minha coluna de ontem. Como a instituição se sentiu no direito da resposta, pode entrar que a casa é sua : “Caro Sant’Ana. Peço sua atenção para o direito de apresentar nossas considerações a respeito de sua coluna de hoje (14/04/09), em nome da Associação Gaúcha de Administradoras de Shopping Centers (Agasce).

Os shoppings são, e continuarão a ser, redutos de tranquilidade e conforto para os nossos clientes, aliados à oferta de estacionamento e segurança patrimonial, dentro das leis vigentes no Estado de direito, mas por outro lado jamais assumindo as funções do Estado, uma vez que somos impedidos de agir fora dessa mesma legislação.

O ambiente de intranquilidade que assola o país, em grande parte, é fruto de uma legislação que, se não incentiva, no mínimo permite uma afronta mais vigorosa contra os cidadãos de bem, e seus redutos de segurança e tranquilidade, como é o caso de seus lares, parques que costumam frequentar, ou até mesmo as mais pacatas ruas de seus bairros.

Os shoppings adotam as mais modernas técnicas de treinamento e capacitação de seus profissionais de segurança, assim como investem, em média, algo em torno de 30% de seus custos operacionais em medidas preventivas contra ações criminosas, mas mesmo assim somos expostos, diariamente, ao verdadeiro caos da insegurança, torcendo para que nossos empreendimentos não sejam escolhidos como o próximo alvo.

De fato, cobramos valores adequados pela oferta de todos os serviços que disponibilizamos para os nossos clientes, funcionários e lojistas, mas isso não impede, seja aqui em nossos empreendimentos, ou em qualquer outro lugar, que, caso assim seja decidido, um bando de assaltantes entre em qualquer lugar e o torne vulnerável, por mais aparatos de segurança que existam no local, e só para ficarmos com um exemplo emblemático, podemos citar os bancos, que nesta mesma linha de raciocínio seriam verdadeiros bunkers invioláveis, o que como você bem sabe não o são.

O que aconteceu neste último final de semana é um fato lamentável e isolado sem dúvida nenhuma, mas os shoppings jamais vão ceder à criminalidade em favor do seu maior patrimônio, que são seus clientes, lojistas e funcionários, porque somos um setor que, independentemente das situações adversas, continuará a corrigir eventuais falhas, aumentando as ações para minimizar atos criminosos, principalmente assegurando à população que os nossos empreendimentos são locais seguros, que também sofrem, de forma esporádica, ações violentas de pessoas que acham que contam com a impunidade das leis.

Mas nós temos a opinião de que o Estado e a população serão os grandes vencedores nessa luta, ainda que hoje desigual, porque acreditamos principalmente nas leis, nos legisladores, e na autoridade policial.

Não adianta mudar nossas estratégias, se as leis permitem que esses criminosos tenham o benefício de inúmeros instrumentos jurídicos para se livrar preventivamente do alcance das punições, o que no nosso entendimento iria de fato inibir esses acontecimentos, o que precisamos é que se cumpra a ordem mínima de civilidade, isto é, respeito ao patrimônio e às pessoas que estão cansadas de tanta violência sem nenhuma punição. Cordialmente, (ass.) Fábio Irigoite, presidente da Agasce”.

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