Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
ELIANE CANTANHÊDE
Presunção eterna
BRASÍLIA - Quem somos nós para questionar o Supremo? Sua decisão de liberar candidatos com "ficha suja" para concorrer foi por 9 a 2, e o relator, Celso de Mello, é tido como o ministro mais brilhante.
Mas a decisão contraria frontalmente campanhas de juízes, entidades civis e cidadãos incomodados com a desfaçatez do sistema e de candidatos atolados em processos e nadando de braçada na política.
Valeu o princípio da "presunção de inocência", que amanhã pode nos proteger -a mim e a você. Há, porém, um problema: a "presunção de inocência" dos poderosos dura para sempre. O sujeito enfia no bolso dinheiro da saúde e da educação dos pobres coitados.
Mas vive tranqüilo e morre feliz, com os herdeiros bem encaminhados.
E a decisão de ontem, de limitar as algemas para quando houver risco do preso, do policial ou de terceiros?
Os experts passaram a discutir esse "abuso" no calor da prisão de um ex-prefeito que foi exposto, algemado, na TV. Enquanto os milhões de algemados e jogados em camburões eram anônimos, o assunto era frio. Agora esquentou.
Mas o pior é que nada muda... para os anônimos, que vão continuar algemados e abusados.
Juntando as duas coisas: os bandidos vão ser presos por poucas horas, sair com habeas corpus e disputar a eleição seguinte. E sem as algemas, que serviam como consolo: punição moral em falta de punição real. Agora, nem isso.
Enfim, com todo o respeito que merecem a instituição e seus ministros, está sendo criado um fosso entre a realidade (e a indignação da sociedade) e os votos, a lentidão e os efeitos do Judiciário.
Anteontem, lemos na Folha que acusados pela Polícia Federal e denunciados pelo Ministério Público num escândalo na Petrobras, cheio de provas, estão voltando, um a um, ao bem-bom dos cargos e dos altos salários.
Roubar valeu a pena. "Dá um desânimo!", lamentou o procurador Carlos Alberto Aguiar. Disse-o bem, muito bem.
elianec@uol.com.br
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