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sábado, 9 de agosto de 2008
09 de agosto de 2008
N° 15689 - NILSON SOUZA
Almas capturadas
Depois que a Celia Ribeiro me fez algumas observações filosóficas sobre fotografias, passei a olhar os retratos do tempo com um misto de curiosidade e espanto. Garantiu-me a nossa especialista em boas maneiras que as posições e os semblantes das pessoas na hora do clic são reveladores de seus sentimentos.
Um olhar oblíquo congelado para a eternidade, a proximidade ou o distanciamento, uma simples mão no ombro, tudo isso pode significar maior ou menor afeto de um personagem para o outro.
Numa foto de família, por exemplo, um bom intérprete de fisionomias é capaz de dizer quem é o filho favorito, qual é o estágio de relacionamento entre o casal, quem é amigo verdadeiro, quem está feliz com o momento e quem sorri apenas porque o fotógrafo mandou dizer xis.
Achei o tema fascinante. Nunca tinha observado fotografias com este olhar quase psicanalítico, embora já tenha percebido verdadeiras confissões no rosto de pessoas flagradas pela máquina.
Alguém já escreveu que o retrato é um texto visual, que registra não apenas o momento, mas também a história passada e as ambições futuras dos retratados. Pode ser. Porém o que mais me impressiona é essa sua capacidade de escancarar sentimentos.
Faz sentido: o rosto de uma pessoa normalmente expressa coragem, sofrimento, medo, paixão, alegria e tristeza. O rosto é o espelho da alma. Um retrato, portanto, nada mais é do que uma alma capturada.
Claro que as pessoas também posam para fotografias. A quantidade de expressões forçadas na hora da foto é infindável. Certamente fotografias desse tipo são menos reveladoras.
Quando a nossa colunista de elegância comentou sobre os sentimentos dos personagens fotografados, estava se referindo a retratos antigos, especialmente de parentes que se juntam para registrar alguma passagem da vida familiar.
Às vezes, a gente mesmo se vê numa foto e não tem certeza do que estava pensando ou sentindo naquele momento. Mas há situações em que não fica qualquer dúvida.
Tenho uma fotografia de quando tinha três ou quatro anos de idade, na qual apareço rindo muito, com um braço erguido e uma laranja na mão.
A câmera, não tenho dúvida, flagrou minha alma infantil num instante de felicidade plena, que nunca mais se repetiu. Por uma razão singela: eu estava no colo de meu pai.
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