sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013



15 de fevereiro de 2013 | N° 17344
PAULO SANT’ANA

O meu Deus

Tenho a impressão de que Deus anda irritado comigo: ele está me mandando sinais de que não estou a cumprir o trato que fiz com ele.

E eu tenho consciência de que tenho estado talvez a desobedecer-lhe.

Se há um ente com quem eu deveria ter a melhor relação é Deus. Ainda mais que ele tem me tratado da melhor maneira possível.

Também é verdade que eu, no geral, agrado a Deus e não abuso de sua bondade.

Uma prova disso é que nunca pedi a Deus para ganhar no jogo. Acho que Deus não tem nada a ver com minhas apostas.

Eu sei bem dos limites do que posso pedir a Deus. Há muitas coisas em minha vida que não são da competência de Deus, na verdade são da minha competência.

Um exemplo disso é que nunca rezei a Deus para que eu parasse de fumar. Essa não é uma decisão de Deus.

É uma decisão exclusivamente minha.

Há coisas em que Deus não se mete.

É verdade que já briguei muitas vezes com Deus. Tivemos sérias rusgas. Em muitas dessas vezes, Deus rompeu comigo.

Diga-se de passagem que nunca tive eu a coragem de romper com Deus. Mas ele dezenas de vezes já me pôs de castigo. O castigo mais comum que Deus me aplicou foi deixar por algum tempo de se comunicar comigo. Ele me punha na geladeira. Tanto me punha, que eu sentia uma necessidade terrível de voltar a falar com Deus.

E, quando eu voltava a falar com Deus, quando eu retornava à lua de mel com ele, meu coração ficava, então, sereno.

Mas, nos últimos dias, eu tenho notado que Deus está amuado comigo.

Não sei bem qual foi o meu pecado, mas algo fiz que causou irritação em Deus.

Logo que descubra onde errei, me arrependerei e minhas relações com Deus voltam às boas.

Porque uma característica do meu Deus é ser piedoso. Ele não é de nenhuma forma implacável.

Ainda assim, é muito exigente. Eu tenho de andar na linha para não decepcioná-lo.

Eu não sei como é que Deus age com as outras pessoas. Comigo ele tem sido muito correto.

Na primeira manifestação de Deus que aconteceu em mim, eu tinha 18 anos de idade.

Ele me salvou e por isso apaixonei-me definitivamente por ele.

É isto mesmo. Entre Deus e a gente, tem de haver paixão. Para que nunca cessemos de amar a Deus. Sobre todas as coisas, amar a Deus.

Eu sinto que amo a Deus nas coisas simples que ele me revela todos os dias.

Por exemplo, sem dúvida é coisa de Deus a imagem que vi meses atrás: um regato descendo a colina, na Serra, em Caxias do Sul, cercado por uma esplêndida vegetação.

Deus se faz presente em mim todas as vezes que assisto a esplêndidas paisagens.

E também Deus está sempre presente em mim quando por acaso ajudo alguém: o olhar de gratidão de quem eu ajudo só pode ser coisa de Deus.

O Grêmio de Luxemburgo colocou água fria na minha fervura. Fábio Koff entregou um plantel grandioso para o Luxemburgo, que não tirou dele sequer um time, inventando um tal de Adriano.

Agora, o Grêmio ficou numa sinuca: tem de ganhar quarta-feira do Fluminense no Engenhão.

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