segunda-feira, 21 de abril de 2014


21 de abril de 2014 | N° 17770
GRÊMIO LEVA 1 A 0 NA ARRANCADA DO BRASILEIRÃO

Derrota, pressão e cargo a perigo

Mergulhado em incertezas, o Grêmio abre a semana mais decisiva da temporada. A quatro dias da primeira partida contra o San Lorenzo-ARG, pelas oitavas de final da Libertadores, é forte o risco de queda do técnico Enderson Moreira. Consequência direta da má atuação na derrota por 1 a 0 para o Atlético-PR, ontem, em Florianópolis, na 1ª rodada do Brasileirão.

Para complicar, o goleiro Marcelo Grohe, vetado para o jogo de ontem em decorrência de lesão muscular sofrida no treino da véspera, é dúvida para o jogo na Argentina.

Ficou no discurso a promessa de reação, feita nas entrevistas da semana. Como nos Gre-Nais decisivos do Gauchão, o time teve dificuldades técnicas e Enderson pareceu confuso nas substituições. A consequência foram os xingamentos da torcida e um vestiário tenso, em que transparecia a sensação de que uma nova derrota provocará mudanças.

Pressionado pelas perguntas dos jornalistas, o executivo de futebol, Rui Costa, foi claro ao falar sobre o risco de queda da comissão técnica:

– No futebol, todos dependemos dos resultados. Não adianta só jogar bem.

Pouco depois, o dirigente tentou tirar o peso da declaração, ao ressaltar que o treinador conta com a total confiança, e que a responsabilidade é de todos. Avisou, contudo, que uma atitude forte precisa ser adotada rapidamente dentro do vestiário:

– Não podemos jogar da forma que jogamos hoje, da forma como perdemos o Gre-Nal. O time tinha intensidade, velocidade, qualidade técnica e tática. Temos que buscar isso.

Como de hábito, Enderson não elevou o tom de voz, mesmo diante da contundência dos questionamentos. Garantiu que a cobrança sobre os jogadores tem sido forte, mas evitou falar de que modo ela é feita. Quanto ao risco de perder o cargo, não se mostrou abalado.

– A pressão é desde o momento em que apareci aqui. Quando se perde, o culpado é o treinador. A vitória é o único caminho, é o que dá continuidade ao trabalho – afirmou.

Para o volante Edinho, o momento difícil não pode desmerecer a qualidade da equipe. Ao definir como “guerra” a partida contra o San Lorenzo, prometeu empenho em defesa de Enderson.

– Ele é um excelente cara, tem o comando do grupo. Se ganhasse o Gauchão, seria o melhor treinador do mundo. Se precisar, vamos largar sangue por ele em campo – garantiu.


A viagem de volta seria feita de ônibus e só terminaria no início da madrugada desta segunda-feira. O embarque para Buenos Aires ocorrerá às 16h de hoje. A torcida espera que, no retorno, o pior já tenha passado.

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