terça-feira, 22 de abril de 2008



22 de abril de 2008
N° 15579 - Paulo Sant'ana


Noite de gala

Depois de amanhã, quinta-feira, dia 24, às 21h, no Teatro do Sesi, é um dia de gala em Porto Alegre: apresentam-se duas grandes sambistas, Dona Ivone Lara e Leci Brandão.

É dia de se ouvirem composições das duas, os sambas célebres de Dona Ivone Lara e da pagodeira Leci Brandão.

Mas também algumas obras inesquecíveis dos lendários sambistas cariocas de todas as épocas.

Será uma das noites mais importantes do samba em Porto Alegre para todos os tempos.

Se já no Rio de Janeiro esse show é imperdível, muito mais razões teremos quinta-feira para assistir a ele em nossa cidade.

Imperdível essa promoção do Diário Gaúcho.

Uma profissão perigosa, essa de jornalista. Quase todos os dias aparece um espertalhão querendo se valer ou do anonimato, ou da calúnia para espetar alguém. E a responsabilidade vai ser quase sempre do jornalista.

Plantar notícia em jornal é quase tão freqüente quanto mau-caratismo de gente bem graduada ou filhotismo que pretende passar para trás alguém que possui maior mérito.

Muitas vezes, a notícia que pretende ser plantada é cheia de verossimilhança. É muito difícil de duvidar-se dela, tão bem ela está encaixada dentro de uma situação, de um escândalo que já vem se desenvolvendo, ou então se coaduna perfeitamente com a personalidade já fragilizada de alguém.

Mas é falsa a notícia que se pretende publicar. Ou então é verdadeira mas não há como prová-la e o jornalista que intenta a divulgação fica segurando no pincel, sendo responsabilizado por não ter preenchido o ônus da prova.

É muito perigoso ser jornalista. E mais ainda, como me aconteceu há 20 dias, faltando apenas 25 minutos pra eu entrar no Jornal do Almoço, me veio a informação bombástica. Tive apenas alguns minutos para checá-la, não como eu queria amplamente, mas perifericamente como mal eu desejava.

E tive de dar a notícia. Arriscando a minha pele, embora com dados que me davam a chance maior de acertar do que errar.

E aí passei o dia crivado de desmentidos dúbios, na incerteza, no mar da dúvida.

Até que, às 19h, veio a confirmação da notícia, que se espalhou então triunfante por todos os veículos de comunicação, os da trincheira e os concorrentes.

É a consagração. Mas é fruto de muito trabalho, nervosismo, tensão.

E credibilidade. Credibilidade do veículo em que se trabalha, seja televisão, rádio ou jornal.

E credibilidade do jornalista. Que significa uma longa história da relação entre o jornalista e seu público.

Uma história de fidelidade à verdade. Uma história de lealdade do jornalista com os conteúdos do seu trabalho, endereçados à causa da informação e ao bem da coletividade, em primeiro lugar, ao interesse do leitor, do ouvinte, do telespectador, em segundo lugar.

Mas essa luta toda acaba proporcionando grandes vantagens. A repercussão desses embates acaba proporcionando uma preferência das fontes para o jornalista prestigiado, as notícias acabam desembocando ao natural nos braços do profissional designado pelo esforço e pela idoneidade para recepcioná-las.

Valeu a pena.

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