quarta-feira, 20 de abril de 2022


20 DE ABRIL DE 2022
LEVANTAMENTO

Marcas de Quem Decide reconhece empresas do RS

Na 24ª edição, a pesquisa Marcas de Quem Decide apresentou panorama completo das marcas que estão na mente e no coração do público gaúcho. Os resultados foram apresentados na manhã de ontem para líderes empresariais do Estado no Multiverso Experience, no Cais Embarcadero, em Porto Alegre.

O levantamento contempla 74 setores da economia, além de premiar categorias especiais, como Grande Marca Gaúcha do Ano, que destacou Tramontina, Gerdau, Fruki, Empresas Randon, Panvel, Marcopolo, Cia Zaffari, Colombo, Grupo RBS e Lojas Renner entre as marcas mais lembradas e preferidas.

- Receber esse tipo de reconhecimento é uma alegria e um estímulo para seguirmos fazendo um trabalho de marketing diferenciado, fortalecendo nossas marcas e aproximando-as, cada vez mais, do público final e dos nossos parceiros de mercado. Marcas queridas e lembradas pelo público geram mais engajamento, fidelidade, identificação com os consumidores e valor para os seus negócios - afirma a gerente de Comunicação e Gestão de Marcas do Grupo RBS, Bárbara Fabres.

Realizada desde 1999, a pesquisa é promovida anualmente pelo Jornal do Comércio em parceria com o instituto Qualidata. O levantamento entrevista gestores de negócios e altos executivos de empresas.

Dólar baixa, mas não faz cócega na inflação

Quando o dólar subia, no ano passado, era um componente poderoso da alta de inflação. Neste ano, o real já se valorizou 19,6%, sem que essa virada na relação sequer faça cócegas nos preços. A cada dia, surge um dado sobre aumento de preços mais preocupante do que o anterior: ontem, foi a segunda quadrissemana de abril da Fipe: 1,72% para expectativa de 1,4%.

É claro que o dólar deveria ajudar na baixa. O problema é que as altas de preço, como no caso do efeito petróleo sobre gasolina e diesel, estão ocorrendo em dólar.

Isso significa que, se não fosse a queda do dólar, a alta dos preços por aqui seria ainda maior. E é preciso se preparar para essa hipótese. Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Fibra, fez a comparação: desde o início do ano, o real brasileiro tem a maior valorização do planeta, seguido pelas moedas da Colômbia (8,7%), África do Sul (7,2%), Peru (7,1%) e Chile (4,4%). Como a coluna já detalhou, o principal motivo da reação da moeda nacional é a alta do juro no Brasil, além do fato de o país ser vendedor de commodities (petróleo, minério de ferro, soja) em um momento de grande demanda por essas matérias-primas.

Mas como a inflação é um fenômeno global - embora em cenário pior no Brasil do que nos países ricos -, também incomoda nos Estados Unidos, que discute nestes dias a necessidade de acelerar a alta do juro por lá. Oliveira pondera que a combinação de altas de juros e retirada de estímulos nos países ricos terá impacto sobre as moedas de mercados emergentes. Nesse caso, de alta.

O que pode segurar o dólar diante de uma cada vez mais provável aceleração da alta do juro nos Estados Unidos é um outro movimento indesejado: o aperto da Selic por aqui. Como a coluna antecipou, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, falou em "surpresa" com a inflação para preparar o cenário para não encerrar o ciclo de alta na reunião que ocorre em duas semanas, em 4 de maio.

Segundo André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton, as altas recentes da inflação estão "muito piores que inicialmente pensadas". Por isso, projeta mais uma alta de 1 ponto percentual na Selic em maio, seguida de mais 0,5 ponto percentual, para chegar a 13,25%.

nem baixou a fumaça da segunda troca no comando da petrobras só no governo bolsonaro, e o BNDES anunciou um leilão de ações da estatal, com ordinárias e preferenciais, em um bloco que chegaria a R$ 5 bilhões. na bolsa, o efeito foi uma alta dos papéis da petrobras de quase 3%, mas as dúvidas sobre a privatização da eletrobras pesaram mais, e a bolsa teve dia negativo, com baixa de 0,5%.

R$ 655 milhões

é o valor que deve ser usado para o pagamento de dívidas dos gaúchos que tiverem acesso à liberação do saque de até R$ 1 mil do FGTS e à antecipação do 13º de aposentados e pensionistas do INSS. Como o total é estimado pelo economista-chefe da CDL de Porto Alegre, Oscar Frank, em R$ 6,84 bilhões no Estado, significa que as pendências absorverão cerca de 9,5% do total. Frank lembra, porém, que o desendividamento também habilita para o consumo no futuro.

CCR não quis concessão depois de "análise"

Entre os pontos mais debatidos na "polêmica da cancela", a reação ao resultado da concessão de rodovias na Serra e no Vale do Caí, está a causa da ausência da CCR, empresa que assumiu a freeway e tem obras de duplicação em andamento na BR-386, dois trechos de responsabilidade da União.

A pergunta foi feita à coluna tanto por críticos exacerbados do processo que envolveu o chamado bloco 3 quanto por quem avalia que o resultado é o melhor possível dado o cenário atual de custos no segmento.

A coluna, claro, foi buscar resposta. A empresa respondeu em nota: "Fizemos as análises, e o projeto não atendeu aos requisitos da matriz de risco, de disciplina de capital e de geração de valor para os investidores do Grupo CCR". Como a nota veio em corporativês, a coluna tenta ajudar na tradução, mas já antecipa um resumo em português do dia a dia: a empresa fez as contas e concluiu que assumir essa concessão não valeria a pena.

Mas para dar substância à interpretação, vamos às traduções parciais: "atender aos requisitos da matriz de risco" se refere a possíveis incertezas embutidas no projeto. Quando o ganho supera a insegurança, a "matriz de risco" fica atendida. "Disciplina de capital" significa usar os recursos disponíveis em projetos que façam mais sentido para o planejamento estratégico da empresa e rendam maior retorno. "Geração de valor para os investidores" é autoexplicável, mas, para não deixar dúvidas, significa aumentar os ganhos para os acionistas, por meio de atuação lucrativa.

Mas qual papel tem essa informação na batalha pela interpretação do resultado da concessão? Pode ser usada pelos dois lados, tanto o que sustenta que o resultado foi uma "tragédia", inclusive porque o projeto foi malformulado - seria tão pouco atrativo que afastou uma empresa importante - quanto o que avalia que só o fato de ter aparecido um interessado para assumir a responsabilidade pelas obras nos trechos já foi um ganho. Mas está implícita uma informação que desequilibra o jogo: se o pedágio fosse ainda mais alto, talvez atendesse a "matriz de riscos".

Com aporte, Ceitec poderia suprir setores, diz professor

A coluna abre espaço para a contestação de Ricardo Reis, professor de Microeletrônica da UFRGS, à frase do secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, de que a Ceitec "fabricava fuscas enquanto o mundo dirige BMWs":

- A comparação é totalmente indevida. A Ceitec vinha projetando chips em aplicações de grande relevância e importância. E cabe reforçar que ainda não era possível fabricar alguns tipos porque os investimentos para concretizar a linha de fabricação CMOS nunca foram efetuados - afirma.

Conforme o professor, vários setores da economia poderiam ser providos com chips da Ceitec:

- Nem todos os setores usam chips mais avançados. Muitos carros usam tecnologias maduras (de gerações anteriores), mais tolerantes a falhas. Nem carros de ponta têm chips de dimensões mínimas, como os microprocessadores da Apple.

Não faz sentido, detalha, usar um chip mínimo em carros ou elevadores, tanto por desperdício - quanto menor, mais caro - quanto por dispensar rapidez de resposta tão grande. A coluna quis saber quanto seria o investimento para colocar a linha CMOS na Ceitec, mas Reis preferiu não estimar:

- Depende muito do projeto, mas não chegaria a bilhões. Seria uma fração do custo de uma fábrica de ponta. Não competiria com as grandes, mas seria uma espécie de Embrapa da microeletrônica. A Ceitec não foi completada, e nunca se soube por que a Casa da Moeda não quis adotar o chip do passaporte feito aqui.

Gasolina "menos cara" no Estado

Não é que esteja mais barata, mas a gasolina está menos cara. Conforme pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Rio Grande do Sul teve o segundo menor preço na semana passada. O litro custou em média R$ 6,83, só acima do Amapá, com R$ 6,332, mas menos do que em Santa Catarina, com R$ 6,973. São os três únicos Estados com médias abaixo de R$ 7. No Piauí, saiu por cerca de R$ 8,124.

Mas o que explica esse pequeno alívio, ainda que momentâneo?

- O mercado local está em competição acirrada e, muitas vezes, irracional. Não sabemos se seguirá nessa linha, ou se a pressão dos custos será maior. Tudo dependerá de fôlego e de estratégias de apoio da própria distribuição a seus revendedores. Nenhuma razão econômica ou matemática explica essa situação - respondeu o presidente do Sulpetro, João Carlos Dal?Aqua. 

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