quinta-feira, 26 de agosto de 2010


Jaime Cimenti

A turma do cafezinho no shopping

De uns anos para cá, graças a Deus, à Cacaia do Café do Porto e a outras pessoas maravilhosas, temos de novo aconchegantes e perfumados cafés e voltaram as indefectíveis turmas do cafezinho, em especial nos shoppings, que são as pracinhas de brinquedo.

As histórias que vou contar se passaram no Café Imaginário, lá no território da fantasia, onde nunca fui. Pura invenção. Não vou me entregar e nem dedar os amigos das minhas várias turmas de conversa afiada e café quente, doce e forte como, aliás, deveriam ser todas as pessoas.

Gosto muito do Teco, que, com mais de noventa, diz que ainda namora em casa e fora, com muito vigor e pouco viagra. Ando perto dos sessenta, expliquei que sou casado-caseiro, não tomo viagra, mas que depois dos 50 já não é tão fácil namorar mais que sete ou oito vezes por semana. Dizem que o Nhéco-Nhéco é pedófilo, infanticida ou padrófilo, sei lá.

Acho que é mentira, fofoca. Ele parece mais um simpático e doce pároco de interior, mas não se aceitaria um convite dele pra coroinha. O Dr. Bloomberg é o psicoterapeuta do grupo. Esperto, ótimo cara, fica quase que só ouvindo e observando.

Ele aprende e se diverte um monte com os amantes dos grãos cheirosos da rubiácea. A melhor parte dos psis é o ouvido, mas eles também falam legal e atrapalhado, bem como a gente.

O Zé Colmeia no início me pareceu um ursão meio sério, brabo, reclamou das minhas piadas, mas depois mostrou que tem alma de mel e até me contou uma anedota boa. Nem sempre a primeira impressão é a que finca. O Tico-Tico é legal, mas quando vem com seu fundamentalismo tricolor é dose. No fundo ele é legal. A gente que é colorado já está mesmo acima do bem, do mal, da lua e das estrelas e não se estressa com certas farpinhas.

O Antinolfo Eleutério de Mendonça Oliveira e França, quem falando, falou que o nosso amigo Zico-Rolando-Lero é pernóstico, pedante, livresco, um empolado de polaina, que não poderia ser sequer seu aluno de escola de primeiras letras no tradicional estabelecimento de ensino de jesuítas no formoso e famoso município da zona sul gaúcha onde ele, Antinolfo, foi aluno interno e , posteriormente, mestre-escola de incontáveis e inesquecíveis gerações.

Por hoje as memórias inventadas e os leros imaginários são esses. Mas tem mais, sempre tem. Em mesa de café mentira, verdade e fantasias se misturam feito café-com-leite e voam ao infinito tipo assim as glórias coloradas.

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