sábado, 28 de agosto de 2010



28 de agosto de 2010 | N° 16441
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES


Jayme (2)

Se pensarmos no enquadramento de Jayme Caetano Braun em termos de poesia, abstraídas essas considerações iniciais, fica muito difícil, porque ele percorreu toda a gama de definições. Foi lírico, sem jamais fazer declarações de amor.

Foi épico, sem cair no mero discurso patriótico. Foi engraçado, sem cair na vulgaridade cômica. Foi profundo, sem cair na filosofia galponeira. Foi místico, sem cair na religiosidade dos beatos. O que ele foi mesmo – único, incomparável, inimitável – foi o payador.

Todo mundo conhece Jayme Caetano Braun. Mas ninguém conhece Jayme Caetano Braun. Nós apenas, pelos seus versos, intuímos, imaginamos como terá sido a vida desse gaúcho singular. Agora aqui está desfeito o mistério.

Nei Fagundes Machado, que conviveu durante muitos anos com Jayme Caetano Braun (foram colegas de trabalho durante 10 anos no extinto IPASE) manteve com o payador uma amizade e uma admiração recíprocas.

O próprio Jayme sempre dizia que o melhor intérprete de suas poesias era o Nei. Foram companheiros de truco e de encontros em que a poesia gauchesca era a tônica. E agora o Nei resolveu contar em um livro que estava fazendo falta tudo o que sabe sobre a vida do poeta.

Pesquisou profundamente até descobrir o que não sabia para completar o painel definitivo de uma biografia que faltava. Mas não é uma simples biografia. É muito mais do que isso: é um canto de louvor ao payador missioneiro, a tudo o que ele representava em vida e sobretudo ao que representa ainda depois que partiu.

É um amigo falando de outro amigo? É. Mas é também um poeta falando sobre outro poeta.

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