segunda-feira, 2 de agosto de 2010



Bovespa sobe pelo 11º dia e fecha no maior nível desde 26 de abril
Publicidade - GIULIANA VALLONE DE SÃO PAULO

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em alta pelo 11º dia consecutivo nesta segunda-feira, impulsionada pela forte valorização das "blue chips" Vale e Petrobras e e pelo bom humor dos investidores no exterior. Com a nova elevação, a Bolsa paulista terminou o dia acima dos 68 mil pontos, atingindo o maior nível desde 26 de abril.

"O mundo hoje estava azul para a Bolsa. O mercado ficou muito forte lá fora, com os dados positivos sobre a economia americana e uma nova perspectiva sobre os bancos europeus que também ajudou bastante", afirmou Romeu Vidali. gerente de renda variável da corretora Concórdia.

De acordo com ele, as perspectivas para a economia brasileira são bastante boas, assim como a expectativa para a atual temporada de balanços corporativos, o que vinha ajudando o mercado doméstico a se descolar do internacional. "Quando lá fora leitura dos investidores é otimista, consolida ainda mais a nossa boa fase."

Nesse cenário, o Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, subiu 1,48% no fechamento, aos 68.517 pontos --em 26 de abril, havia fechado em 68.871 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,24 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones teve acréscimo de 1,99% nas últimas operações na Bolsa de Nova York.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,751, em queda de 0,28%. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,745 e R$ 1,754.

As ações preferencias da Vale tiveram alta de 3,32%, enquanto Petrobras PN subiu 3%, ajudada pela valorização nos preços do petróleo --o barril da commodity foi negociado a US$ 81,77 hoje, maior cotação desde 5 de maio.

Nos EUA, o ISM (Institute for Supply Manegement) divulgou hoje que a atividade do setor manufatureiro registrou em julho sua 12ª expansão consecutiva, enquanto o governo norte-americano divulgou que os gastos com construção subiram inesperadamente em junho.

Ainda entre as notícias no exterior, o presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) afirmou em discurso que a situação da economia norte-americana está melhorando, mas que ela ainda precisa se recuperar completamente, com o alto desemprego e o fraco mercado imobiliário pressionando os consumidores.

Mais cedo, foi divulgado que o setor manufatureiro da China desacelerou mais em julho. A pesquisa do HSBC mostrou que a atividade manufatureira perdeu força pela primeira vez desde março de 2009, enquanto o levantamento do governo publicado no domingo apontou queda.

Na zona do euro, o setor manufatureiro acelerou no mês passado devido, em grande parte, ao forte desempenho das fábricas alemãs. O índice Markit subiu para 56,7 em julho, contra leitura preliminar de 56,5. Foi o décimo mês consecutivo em que a medida ficou acima de 50, o que indica crescimento. Em junho, o dado foi de 55,6.

No front doméstico, o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, apontou queda na estimativa do mercado para este ano para a inflação oficial, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 5,35% para 5,27%. Já para 2011, a previsão foi mantida em 4,80%. A pesquisa Focus mostra ainda que a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, no fim deste ano foi diminuída de 11,75% ao ano para 11,50%.

A balança comercial do país apresentou um saldo positivo de US$ 1,358 bilhão em julho ante US$ 2,277 bilhões em junho. O resultado também ficou abaixo do saldo registrado em julho do ano passado, em 53,35%, quando as exportações superaram as importações em US$ 2,911 bilhões.

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