sábado, 17 de maio de 2008



17 de maio de 2008
N° 15604 - Paulo Sant'ana


Saga dos aposentados


Não caberiam aqui todos os cumprimentos pela coluna de ontem sobre o arrocho nos salários dos aposentados. E na rua bastava eu passar por uma pessoa idosa para que ela se mostrasse também agradecida. Alguns dos gestos:

"Nobre Paulo SantAna, venho hoje te saudar com o coração pelo artigo sobre aposentadorias degradadas, só tu pra ter essa luz que te é própria de enfocar esse assunto, te admiramos aqui em casa desde meus tempo de guri e agora com minha esposa e meus três filhos. SantAna de Deus, faz seis anos que me aposentei como professor de colégio federal de 2º grau, trabalhei durante 34 anos na UFSM, mas trabalho sério, com cumprimento de horário sempre a mais do que o necessário e hoje me sinto traído pela teimosa honestidade que tive como funcionário e ver que desde 1994 o meu contracheque é igual.

Dei faculdade pros meus três filhos, mas pra isso vendi minha casa, que financiei em 20 anos, vendi meu carro, um Tipo 94, pra minha própria mulher, pra pegar um dinheiro a mais, fiz mais 10 financiamentos diretos do contracheque, aquele descontado na fonte, hoje resumi tudo num só em 72 parcelas, talvez eu viva até pagar tudo, mas tive que fazer isso, tenho safena de platina, só de remédios gasto 30% do que ganho, minha querida esposa, com a qual vivo e que me atura há 33 anos, é professora estadual aposentada, mas te pergunto hoje se vale a pena viver depois de tudo com que contribuímos pra nação e recolhemos todos os impostos na fonte, né?

Perdoe-me se meu assunto é xarope, mas é só tu que lembras que precisamos um aumentinho de salário, senão agora que sonhamos tanto com um pouco de sossego, passamos o dia fazendo contas pra ver onde cortar, como é que tu queres que veja meus netos crescerem e dizer pra eles que sou funcionário público aposentado que nunca pensou senão cumprir o horário de trabalho?

Dá-lhe, Pablo, chumbo grosso nesses ingratos que esqueceram de nós, que durante uma vida ajudamos este país a crescer. Continua tua luta que nós continuamos a te ler e te amar como nosso defensor. (ass.) Rosalino Crespan (mailto:rosalino.pedro@hotmail.com)''.

"Caro jornalista Paulo SantAna. Parabéns por seu artigo "Aposentadorias degradadas". Mais uma vez você escreve no jornal o que o povo realmente pensa e gostaria de ler. Gostaria que o senhor continuasse a divulgar a questão dos baixos e humilhantes salários da Brigada Militar. Cumprimentos. (ass.) Professor João Neutzling Jr. (jtz69@terra.com.br)".

"Caro Paulo SantAna. Em nome dos aposentados, da Fetapergs (Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do RS), agradeço-lhe e cumprimento-o pela maneira objetiva e precisa com que a questão do fator previdenciário foi apresentada em sua coluna de 16 de maio.

Com certeza, o texto colabora para o esclarecimento de tamanha injustiça imposta aos aposentados e pensionistas de todo o país. Se a imprensa brasileira tivesse mais jornalistas com sua lucidez, certamente nossos problemas seriam minorados. Atenciosamente, (ass.) Iol Alves Medeiros, 1º vice-presidente da Fetapergs (jornalismo@fetapergs.com.br)".

"A questão dos carroceiros hoje engloba a questão da inclusão social e a destinação da arrecadação de cada cidadão para recolhimento de lixo que deveria ser realizado pela prefeitura. Contudo, engloba também a agressão a nós, cidadãos que circulamos pelas ruas e somos obrigados a conviver com um circo de horrores. Porto Alegre é um Coliseu a céu aberto, com torturas a animais indefesos.

Ontem mesmo, na Avenida Cristiano Fischer, assisti a uma cena muito perturbadora, em que um cavalo manco de duas patas levava uma carroça sobrecarregada. O que uma cidadã pode fazer numa situação dessas? Se jogar na frente da carroça? Onde está a EPTC nessas horas?

Será que algum azulzinho interceptou essa carroça ou seus agentes permaneceram parados com os braços para trás?

Me admira a capacidade intelectual dos cidadãos carroceiros em termos de organização da classe, concomitante com total despreparo para lidar com animais.

A insatisfação popular está aumentando. A lista de pessoas participantes dessa discussão cresce e não há mais como negar a urgência da resolução desta questão. Simplesmente, não queremos mais esta situação!

Os catadores merecerão mais valorização do poder público e da sociedade quando exercerem atividades que não envolvam crueldade.

Eu acredito no poder de sobrevivência e superação do ser humano, mesmo sem um cavalo escravizado. (ass.) Greise dos Santos Bertoglio (fairde@gmail.com), publicitária".

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