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sexta-feira, 16 de maio de 2008
16 de maio de 2008
N° 15603 - Ricardo Silvestrin
Made in England
O que Woody Allen foi achar na Inglaterra? Como se sabe, o cineasta americano hoje vive por lá. Se tomarmos por base dois dos seus filmes made in England, ele encontrou as matrizes do pensamento do seu próprio país. É sempre mais difícil entender algo estando dentro.
Os filmes de Woody Allen criados nos Estados Unidos tratavam, a maioria, de questões psicológicas da classe média culta. Pessoas como o próprio diretor. Não por acaso, ele é quase sempre um dos personagens.
O bom humor mais à frente ou os dramas, mas num universo conhecido, olhado afetivamente. É o olhar para os seus pares, para pessoas de cujas questões o autor compartilha. Não vão além desse horizonte, como se o mundo que interessava estivesse dado.
E o que o circunda é o velho e gasto american way of life, alvo de críticas mais no âmbito da cultura de massa, o rock versus o jazz, quando muito os de esquerda num país de direita.
Mas, na Inglaterra, Woody Allen acordou para as bases de comportamento e de ideologia do mundo americano. Isso que aparentemente todos sabiam, inclusive ele, tocou tão fundo e com tanta nitidez que virou imagem: filme. São histórias que precisam ser contadas. Foi o que se viu em Match Point e agora em O Sonho de Cassandra.
O que aparece é o desesperador materialismo guiando as relações sociais. Ter dinheiro, ser o tal do vencedor, o bem-sucedido, tudo isso como uma carga insuportável sobre os ombros de todos. Medindo e mediando os vínculos, inclusive os familiares e afetivos.
A ponto de a vida valer muito menos do que o dinheiro. Isso que agora na Inglaterra grita aos olhos do diretor parecia passar camuflado durante todos esses anos nos Estados Unidos. E, no entanto, é o que move seu país de origem.
Falando da Inglaterra, Woody Allen está dialogando com seus compatriotas. A estrutura de tragédia grega dos dois filmes é também um alerta.
Nesse sentido, o deliberado pessimismo das histórias narradas ainda é um gesto de otimismo. Como se sabe, a função da tragédia, fazendo o espectador vivenciar o sofrimento, é contribuir para tornar a todos mais humanos.
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