domingo, 11 de maio de 2008



Dia das mães

Dia das Mães, definitiva e absolutamente, não é hora de dizer que mãe só tem uma, que ninguém agüentaria duas. Também seria simplório, mentiroso, inadequado e inconveniente dizer que mãe é tudo igual, só muda o endereço.

Tem milhões de tipos de mães, inclusive mães que não tiveram filhos biológicos, como a infinita Madre Teresa de Calcutá, que adotou milhares que não tinham pai nem mãe. Dizer que as mães não são santas, que são apenas seres humanos gigantes, melhor não, não hoje, pelo amor de Deus e da Virgem Maria.

Dia das Mães é hora para agradecimentos, desculpas, elogios, homenagens, jóias, flores, bombons, perfumes, camisolas, sutiãs, calcinhas, poemas, licores, cartões com declarações de amor, louvação, beijos, abraços, cafuné, lembranças da infância, comida temperada com afeto feita pelos filhos e, sim, claro, silêncios cômodos sobre aqueles assuntos chatos que não têm solução mesmo.

Quem quiser reclamar de leite de mais ou de menos, de falta ou exagero de proteção ou alegar que tudo é culpa das mães e levantar outras questões intelectualóides, que tenha a sabedoria e a paciência de esperar pela consulta com o psiquiatra na segunda-feira ou guarde as queixas para alugar os ouvidos dos parentes, amigos, colegas de trabalho, motoristas de táxi, garçons e balconistas durante a semana.

Dia das Mães não é hora para cobranças e acertos de contas. É momento para prosa bebendo poesia. É hora para lembrar que, desde antes das cavernas, as mães foram, são e serão um dos últimos redutos (ou o último) da decência, da esperança, da paciência e do amor incondicional.

Mãe ama e acerta sempre, mesmo quando não ama e quando erra. Não por mero acaso, é muito raro mãe animal ou humana matar seus filhotes. Mais comum é ver mães dando a vida por eles, mesmo quando nem mereceriam tanto sacrifício.

Mãe é início, meio e fim, terra, água, fogo e ar. Mãe é absolutamente tudo, todos os elementos. Mãe é chão, rio, mar, barco, árvore, pássaro, céu, sol, lua e estrelas. Mãe é memória do infinito.
Jaime Cimenti

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