06 DE DEZEMBRO DE 2018
+ ECONOMIA
Pela venda do Banrisul
Com Anderson Mello anderson.mello@zerohora.com.br 3218-4757
No dia em que apresentou as perspectivas para 2019, o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, também comunicou uma decisão polêmica: a entidade decidiu recomendar a privatização ou federalização do Banrisul. Bohn detalhou à coluna:
- Entendo que o Regime de Recuperação Fiscal é absolutamente necessário. O Estado é como uma empresa que está pedindo recuperação judicial, antigamente chamado de concordata, só que precisa da aprovação dos credores. Neste momento, sem o Banrisul, não tem. O que o governo ofereceu não é o suficiente. Queremos dar coragem ao governo para enfrentar essa questão publicamente.
Bohn disse ser cliente do Banrisul, não tem nada contra o banco, mas que é preciso discutir os riscos de manter a posição de sucessivos governos de não privatizar a instituição. Lembrou que, desde 1998, é a sociedade gaúcha que tem mantido o banco público, com parte da arrecadação destinada a pagar o percentual extra espetado na dívida pública pelo Proes, o programa do governo federal que representou a venda de quase todos os bancos estaduais públicos, com exceção do Banrisul e mais quatro, nos Estados de Espírito Santo, Sergipe, Pará e Distrito Federal.
- Nos últimos dois ou três anos, o banco teve lucro suficiente para bancar esse pagamento, mas foi a sociedade gaúcha que o manteve público na maior parte do tempo das últimas duas décadas.
Bohn observou que a posição da Fecomércio-RS é, até agora, exceção entre entidades empresariais do Estado. Consultadas, as demais teriam preferido não se posicionar da mesma forma, relatou. Ressalvou que a posição tem como alvo a melhoria da situação fiscal, portanto não admite que recursos obtidos no processo sejam aplicados em despesas correntes, como pagamento da folha.
- Os gaúchos veem o banco como seu. Querem acender um disjuntor, não tem luz, não faz mal, a CEEE é nossa. O Estado está quebrado, não faz mal, o Banrisul é nosso. Queremos quebrar um paradigma, queremos dar coragem ao governo para enfrentar essa situação.
um salto para os sapatos
Em outubro, a produção nas fábricas de sapatos do país cresceu 6,6% na comparação com o mês anterior. O dado da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) é um alívio para o setor, embora ainda não tenha eliminado o recuo de 2,6% de janeiro a outubro. Além da alta nas compras no país, o presidente da Abicalçados, Heitor Klein, relata que há aumento de encomendas do Exterior. Uma das causas é a guerra comercial entre EUA e China. Embora ainda não haja sobretaxa sobre calçados chineses, importadores americanos passaram a comprar mais do Brasil por precaução.
o presidente eleito voltou a Pôr água na fervura da previdência. jair bolsonaro disse ontem que a idade mínima é o que mais interessa. afirmou que não se trata de "recuo, mas sim negociação". para compensar, assegurou que será votada no primeiro semestre. sucessivas declarações sobre o tema têm sido mal recebidas no mercado financeiro.
A unificação entre RGE e RGE Sul (ex-AES Sul), confirmada na terça-feira pela Aneel, preocupa o conselho de consumidores. O grande temor é de aumentos ainda maiores nas contas.
JORRO DE PETRÓLEO
Pela primeira vez desde 2016, o plano de negócios da Petrobras para período 2019/2023 tem investimento maior do que o anterior. Os US$ 84,1 bilhões (R$ 319,5 bilhões) previstos representam cerca de US$ 10 bilhões (R$ 38,5 bilhões) a mais do que o do período 2018/2022. Outra novidade é a inclusão de exigência de rentabilidade mínima de 11% sobre o capital empregado a partir de 2020.
Desde que a Operação Lava-Jato e os efeitos negativos da política de preços que freava o repasse da alta no preço do petróleo para os combustíveis provocaram estragos nas finanças da companhia, os planos anuais de investimento haviam sido muito reduzidos. Essa foi a primeira reversão.
Unidas e impermeabilizadas
Uma das maiores empresas do país em impermeabilização, a Vedacit está mudando seu modelo de negócio. E a implantação do novo formato começa pelo Sul. O Rio Grande do Sul será o primeiro Estado em que a marca implementará a fórmula "solução completa", com fornecimento, além de venda de produtos, de serviços para construtoras. Nos planos da empresa familiar, isso pode representar expansão de dois dígitos nos próximos dois anos, conforme o CEO da companhia, Marcos Bicudo. A Vedacit é uma das parceiras do projeto Juntos, que uniu Gerdau, Tigre e Votorantim Cimentos.
MARTA SFREDO
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