sexta-feira, 28 de dezembro de 2018


28 DE DEZEMBRO DE 2018
INFORME ESPECIAL

TEMPERANÇA


Valter Nagelstein encerra seu mandato na presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre com um saldo positivo. Duro nos embates e com fama de brigão, o vereador surpreendeu quem imaginava que sua gestão seria um campo de batalhas.

Ajudou a construir um ambiente de mais harmonia com a prefeitura, dando celeridade à aprovação de projetos que estavam trancados há anos, como a Lei da Telefonia, do mobiliário urbano e do patrimônio histórico. Até mesmo quando o clima esquentou, durante o bombardeio de críticas pelo investimento público em algo que deveria ser uma ópera rock gaudéria, a reação ficou no limite da civilidade. Nagelstein continua autorizado a sonhar com a candidatura à prefeitura de Porto Alegre. O caminho é longo e tortuoso, mas o primeiro passo foi dado.

A FUGA DAS CABEÇAS

Com tanto monumento sendo depredado e herói perdendo a cabeça em Porto Alegre, a prefeitura decidiu travar uma queda de braço com os vândalos. A partir do final da década de 1990, uma série de medidas começaram a ser adotadas para evitar o sumiço de mais placas e esculturas. Bustos restaurados foram realocados para espaços cercados e vigiados pelos olhos atentos das câmeras. Grades foram colocadas no entorno de pedestais para evitar a aproximação de larápios. Peças originais acabaram recolhidas para um depósito municipal.

Com o tempo, os ladrões foram ficando mais ousados. Nos últimos anos, peças significativas - de grande porte, pesadas, e que estavam em locais movimentados de Porto Alegre - foram roubadas. É o caso da Carta-testamento de Getúlio Vargas e da efígie de Fernando Ferrari, que, levadas a contragosto, não puderam ficar para contar a história.

CADU CALDAS

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