sexta-feira, 12 de outubro de 2018


11 DE OUTUBRO DE 2018
CAMPO ABERTO

VAIVÉM RUIM PARA QUEM COMPRA E PARA QUEM VENDE


O futuro da produção de leite no Rio Grande do Sul pode estar em novo modelo de negócio entre indústria e produtor. A ideia de trabalhar com contratos que estabeleçam valores por período de cinco a seis meses seria uma maneira de evitar variações bruscas de valores, que comprometem o rendimento dos agricultores e também provocam efeito gangorra nos preços nas gôndolas de supermercados. A proposta é defendida pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS) e estaria começando a ganhar terreno, também, entre empresas, que conseguiriam fidelizar seus fornecedores.

- Essa estabilidade se refletiria para o consumidor, que também não sentiria oscilação tão grande - diz Pedrinho Signori, vice-presidente da Fetag-RS.

Em linha com produção e consumo, a quantia paga - e recebida - pelo litro de leite varia. No ano passado, os movimentos de sobe e desce foram mais acentuados. Neste ano também ocorreram, mas em menor intensidade. Depois de acumular alta, o preço de referência do Conseleite caiu em agosto e setembro, meses de pico na produção (veja quadro).

- O produtor teve novo estímulo, com a valorização, mas o custo de produção se elevou, em razão de câmbio, escassez de milho e alta do diesel. E a rentabilidade foi pequena - pondera Signori.

Para o consumidor, o valor pago pelo litro de leite longa vida também registra queda, segundo dados compilados pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), alinhado ao movimento da produção. Da primeira para a segunda semana deste mês, registrou, no entanto, leve aumento, de 0,66%.

- O preço a partir de agosto começa a cair. Daqui para frente, até março, a tendência de alta não existe - diz Antônio Cesa Longo, presidente da Agas.

Uma das razões é a queda no consumo (nos meses de calor e férias), algo também dentro da normalidade.

- A expetativa é de que os preços se estabilizem em outubro - observa Alexandre Guerra, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do RS (Sindilat-RS).

GISELE LOEBLEIN

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