segunda-feira, 23 de maio de 2022


23 DE MAIO DE 2022
CÉSAR OLIVEIRA

Crença no Rio Grande

Para quem se sente gaúcho de fato, falar em Rio Grande do Sul desperta um sentimento incapaz de ser descrito em sua totalidade. Para muitos, um orgulho. Para mim, uma crença. Sempre que tenho a oportunidade de estar mais próximo à nossa essência, ao campo, à raiz, à fronteira gaúcha, sinto que se fortalece a gana de lutar pelo que é nosso.

Ver uma criança que, ao chegar da escola, "desencilha-se" de sua mochila e escolhe laçar a vaquinha parada ao navegar no mundo infinito das plataformas digitais, um guasqueiro desempenhar seu ofício em seu próprio lar, a simplicidade ao ser recepcionado nas casas e o linguajar autêntico - tudo isso mostra o quanto o Rio Grande ainda vive em sua genuinidade. Uma luz que brilha em forma de cultura. Um Estado que reflete sua história e tradição. Exemplo disso é João Cabral, domador gaúcho, aquerenciado em Santa Catarina, que utiliza as redes sociais para retratar seu dia a dia e levar ao mundo o que aprendeu e a vivência no campo, coisas e valores que ele produz e nos ensina.

Esse patrimônio que se mantém em nosso DNA por meio de usos e costumes, pelo jeito de ser e pelas pessoas que vivem o que acreditam é algo que vai além daquilo que é material - embora este também seja importante ao registrar e edificar nossa história.

O orgulho alimenta o pertencimento, e este fortalece a cultura. Em ação, nos revigoram e estimulam o movimento em direção ao que acreditamos. Algumas vezes, nascem conosco; em outras, acontecem por inspiração. Devem ser nutridos, pois fazem fortalecer um patrimônio inegável e uma cadeia gigantesca de conhecimento e economia.

Mas gerá-los e geri-los nem sempre é fácil. Para isso acontecer, é preciso muito trabalho, empenho e dedicação. Digo isso pelo fato de acompanhar diversas iniciativas públicas e privadas que movimentam a cultura, transformando trabalho em orgulho e pertencimento para verdadeiras multidões. Festa Internacional do Churrasco (Bagé): mais de 25 mil pessoas num único dia nutrindo-se da sua essência; Podcast Papo de Gaúcho e O Mundo do CTG: projetos audiovisuais que disponibilizam um riquíssimo conteúdo que ficará como legado para gerações futuras.

Estas e outras tantas ações são verdadeiros instrumentos de fortalecimento e desenvolvimento. Algo capaz de transformar vidas, sejam aquelas que sentem orgulho e pertencimento, movimentando o setor por meio da participação, sejam as que trabalham para a promoção de eventos e elementos culturais. É assim que a cultura gaúcha deve ser enxergada para que sobreviva, transformadora.

CÉSAR OLIVEIRA

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