03 DE DEZEMBRO DE 2018
+ ECONOMIA
SE OS CHINESES SAEM, VÊM OS INDIANOS
Depois da frustração com a desistência dos chineses da Shanghai Electric Power em executar o projeto que reforçaria o sistema de transmissão de energia no Rio Grande do Sul, estimado em R$ 4 bilhões, surgiram dúvidas sobre a capacidade de atrair investidores para o segmento. Pois se os chineses não levaram fé, vêm aí os indianos.
Estrela do mais recente leilão de projetos na área de transmissão de energia - fundamental por ser a que leva a eletricidade gerada em grandes usinas até a rede de distribuição -, a Sterlite Power começa hoje suas operações no Rio Grande do Sul. Uma cerimônia está prevista no canteiro de obras da subestação de Lajeado.
Trata-se da largada do projeto Vineyards (vinhedos, em inglês), que prevê construção de 114,4 quilômetros de linhas de transmissão, implantação de duas novas subestações e expansão de quatro subestações nas regiões de Bagé e Lajeado. É o segundo projeto da Sterlite Power no Brasil a ter suas obras iniciadas, de um total de nove concessões que a companhia conquistou em leilões públicos organizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O CEO da Sterlite Power no Brasil, Rui Chammas, que assumiu o cargo em agosto passado, conhece bem o Estado. Foi vice-presidente-executivo da unidade de petroquímicos básicos da Braskem, que tem no polo petroquímico de Triunfo sua unidade mais moderna.
A Sterlite Power é líder global em infraestrutura de transmissão de energia. Tem projetos de mais de 12,5 mil quilômetros na Índia e no Brasil. Desde que começou a arrematar projetos no Brasil, comprometeu-se com o equivalente a R$ 6,6 bilhões em investimentos no segmento.
A empresa é considerada, no segmento de energia, a nova gigante a ser desafiada. Seu primeiro projeto no Estado não envolve somas bilionárias. O investimento no Vineyards foi estimado pela Aneel em cerca de R$ 395 milhões. Mas até esse valor, uma pequena fração do que representava o famoso Lote A, agora desmembrado, é de exceção nesses tempos no Estado. Além disso, a companhia indiana é conhecida pela alta tecnologia com que opera. Usa, por exemplo, helicópteros em vez de guindastes para fazer a instalação das redes, o que agiliza a conclusão de cada empreendimento.
LUIS MIGUEL SANTACREU - Analista da Austin Rating - MARTA SFREDO
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