sexta-feira, 22 de março de 2013


Jaime Cimenti

Paulo Bellini, uma pequena fábrica e a maior produtora de ônibus do mundo

Marcopolo – sua viagem começa aqui mostra a impressionante trajetória de Paulo Bellini, nascido em Caxias do Sul em 1927 e atual presidente emérito da Marcopolo, uma pequena fábrica no Sul do Brasil que transformou-se na maior produtora mundial de ônibus.

Com colaboração da psicóloga Marilda Vendrame e da jornalista Suzana Naiditch na elaboração dos textos, a obra conta com um ensaio exclusivo do professor Roberto Da Matta, prefácio de Marcus Vinicius Pratini de Moraes e dezenas de depoimentos de empresários do porte de Jorge Gerdau Johannpeter, Ratan Tata, José Galló, Jaime Lerner, Belmiro Zaffari, José Rubens de la Rosa, Valter Gomes Pinto e outros.

Funcionários, ex-diretores e parceiros estrangeiros da empresa deram suas contribuições para o livro que, a par de contar a vida de Paulo Bellini, mostra como foi trilhado o caminho de desenvolvimento e sucesso da Marcopolo e como ela soube inovar tecnologicamente, respeitar valores humanos e prestigiar as pessoas.

Jaime Lerner conta como a Marcopolo foi importante quando ele imaginou um sistema de transporte com a canaleta exclusiva para ônibus como opção para o transporte. Bellini conta que seu pai, Alberto, trabalhou 45 anos na lendária metalúrgica Eberle, de Caxias, e que daí ele herdou um pouquinho de sangue metalúrgico.

Como o pai, Bellini sempre gostou de circular pela empresa e conversar com o pessoal do chão da fábrica. Depois da faculdade de Administração de Empresas em Porto Alegre, em 1949, Bellini dedicou-se à produção de carrocerias de ônibus, em Caxias, que à época, tinha 50 mil habitantes. Os primeiros carros eram de madeira, montados em chassis de caminhão. Havia muito desafio e aventura.

Mais de 60 anos depois, é possível observar a liderança do empresário e a tecnologia própria, as pessoas, a flexibilidade e a verticalização da empresa, que sempre atendeu necessidades específicas, como os ônibus vendidos para mineradoras de cobre chilenas, mais altos e com estrutura de aço inoxidável para evitar a corrosão. Enfim, um belo exemplo de vida, de ousadia, inovação e trabalho. Numa das páginas finais da obra, estão apropriadas palavras do genial cineasta Federico Fellini: não há nenhum fim. Não há nenhum começo. Há somente a paixão pela vida.

Mais não é preciso dizer. Editora Elsevier, 256 páginas, sac@elsevier.com.br.

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