02 DE MARÇO DE 2018
REVITALIZAÇÃO
Projeto de shopping do Cais é alterado
CENTRO DE COMPRAS deixará de ser fechado para ser mais parecido com modelo open mall
O presidente do consórcio Cais Mauá do Brasil, Vicente Criscio, anunciou na tarde de ontem, em entrevista à Rádio Gaúcha, que o projeto de um shopping fechado para o local, no centro de Porto Alegre, já foi alterado para a construção de um a céu aberto. O centro de compras está previsto para ser erguido na terceira etapa de obras, no trecho mais próximo ao Gasômetro.
- A (nova) ideia é não ter um shopping como uma caixa fechada, como era o projeto original. Vai ter alguma coisa como um open mall - afirmou.
A terceira e a segunda etapas da obra ainda não têm previsão de início. Para essas, o consórcio precisará ainda obter licenças de órgãos públicos e angariar recursos junto a investidores.
Por ora, o grupo tem licença e recursos para a primeira etapa, que envolve o pórtico central e 11 armazéns. Ontem, o governo do Estado assinou a autorização para início das obras dessa primeira fase. Segundo o grupo, esses espaços serão abertos até o final de 2019.
Dos 11 armazéns, tombados pelo patrimônio histórico, dois serão destinados a atividades culturais e a maioria será de espaços alugados para diversos tipos de comércio.
- Na prática, a fase 1 da obra vai se transformar em uma grande avenida de lojas, comércio, restaurantes, áreas de lazer, ciclovia, locais para eventos públicos e culturais - resumiu o presidente do grupo.
O consórcio projeta também a instalação de grandes lojas de comércio, as chamadas power centers, com foco em varejo e alimentos.
- Tudo isso depende dos parceiros que a gente implementa, como a gente vai monetizar. Criar um equilíbrio entre monetização e lazer. Como a gente está revisando o projeto, a gente olha para os dois lados: o interesse público e o do investidor - afirmou o executivo.
O investimento total previsto é de R$ 500 milhões, e a concessão da área é de 25 anos.
MARCHEZAN E SARTORI CITAM OPOSIÇÃO À OBRA
A primeira etapa da obra deve começar na segunda-feira e estar a pleno, nos armazéns, em três meses, segundo Criscio:
- Em termos do passado, imagino que os percalços (para começar a obra) tiveram razões dentro dos órgãos específicos. Naturalmente, se não tivemos as autorizações devidas no tempo certo é porque não foram dadas pelos órgãos competentes.
Já o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, criticou a lentidão da máquina pública, mas também usou seu discurso para atacar os grupos de ativistas que criticam o modelo de revitalização do cais:
- Existe um pequeno grupo ideológico dentro e fora da máquina pública que trava nossa cidade e nosso Estado há décadas.
O governador José Ivo Sartori também destacou o que chama de "obstaculizações", mas não definiu a origem dos entraves.
- Se tivessem colaborado mais, com mais tempo, se não tivessem tido tantas "obstaculizações", e provavelmente ainda vão existir outras... Nós esperamos que possamos vencer a todas e dar a dignidade que precisa ser dada em uma ação que é necessária para a história de Porto Alegre - afirmou o governador.
GABRIEL JACOBSEN GABRIEL.JACOBSEN@RDGAUCHA
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