sexta-feira, 3 de agosto de 2018



03 DE AGOSTO DE 2018
OPINIÃO DA RBS

CARÊNCIAS NA EDUCAÇÃO

Os números revelados pelo TCE gaúcho mostram que os níveis de investimentos são importantes, mas precisam estar associados a boa gestão para garantir mais eficiência

Asituação do ensino no Rio Grande do Sul, de maneira geral, ainda é mais favorável do que a da maioria dos demais Estados. Ainda assim, relatório divulgado ontem pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) sugere que os candidatos às eleições de outubro precisam reforçar a atenção nessa área. Com base em números oficiais, o documento faz um alerta a gestores públicos e sobretudo à sociedade sobre o esforço que precisa ser feito em âmbito estadual e municipal para garantir o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

Um recado particularmente preocupante deixado pelo documento é dirigido aos prefeitos, responsáveis pela Educação Infantil. Os desafios educacionais do Estado começam justamente nessa etapa, que não vem merecendo a atenção necessária e tem repercussões importantes sobre as demais. Alunos alfabetizados fora da idade recomendável tendem a enfrentar problemas continuados mais à frente, que podem resultar em mau rendimento, repetência e evasão, com consequências relevantes sob o ponto de vista social e econômico.

O estudo do TCE mostra, por exemplo, que menos de 50% das escolas nos municípios dispõem de berçário e de dependências e vias adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida. O descaso com a criança é um termômetro sobre o que pensam gestores públicos em relação à importância do aprendizado. No ano passado, apenas 115 municípios universalizaram o atendimento em pré-escola para a faixa da população de quatro e cinco anos. Dificuldades desse tipo acabam se estendendo ao Ensino Fundamental e continuam visíveis no nível médio. E ajudam a explicar o fato de a universalização do acesso à escola para a população de 15 a 17 anos ser realidade hoje num reduzido número de municípios gaúchos.

Os dados chamam a atenção para a necessidade de o Estado investir mais em educação desde cedo, permitindo que os alunos possam enfrentar com menos dificuldade a travessia pelos ensinos Fundamental e Médio. Os números revelados pelo TCE gaúcho mostram que os níveis de investimentos são importantes, mas precisam estar associados a boa gestão para garantir mais eficiência. A sociedade pode contribuir para essa causa, cobrando mais atenção à educação e eficiência por parte dos gestores públicos.

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