Amor a Roma,
Amor em Roma Roma, a cidade eterna, uma das cidades-mãe do mundo ocidental, não tem apenas a glória do passado, como diz o maior cantor, Tony Bennett, antes de cantar I left my heart in San Francisco. Roma tem a glória de sempre e uma vida inteira não basta para conhecer os cenários onde brilhou Marcello Mastroianni, sob a batuta de Federico Fellini. Brava Serena (320 páginas, Não Editora), segundo romance do publicitário porto-alegrense Eduardo Krause, autor de Pasta senza vino, história de amores e sabores ambientados em Florença, na Toscana, também é, acima de tudo, uma história de amores e sabores com ambientação em Roma. O autor celebra a cidade, Mastroianni e o ar que parece o hálito de Saturno, deus romano do tempo.
Roberto Bevilacqua, obrigado a se aposentar pela empresa em que trabalhou a vida toda, decide deixar o Brasil e muda-se para Roma, onde pretende viver seus últimos anos e o que resta de sua juventude. Sem mais vínculos com o Brasil, leva grandes lembranças e remédios. As reminiscências e os atos aparentemente pequenos vão crescendo com a narrativa. Krause, felizmente, não é desses escritores que gostam de pirotecnias verbais, enredos intrincados, jogos de palavras vazios e outros malabarismos desnecessários e chatos.
Ele tem uma boa história para contar e sabe como, com linguagem que flui como água de rio. Roberto Bevilacqua se vê envolvido por um milagre televisivo e, entre referências literárias, cinematográficas e turísticas, vai conhecendo, bravamente, a brava Serena. Em italiano, brava é corajosa, elogiável. Roberto resgata o tempo perdido, redefine o presente e o modo de encarar a vida, o tempo e o amor, enquanto sorve algumas dezenas de garrafas de ótimos vinhos.
Vinhos sabem mais que bibliotecas inteiras, vinhos trazem memórias, lembranças e sensações que pareciam estar mortas. Roberto passou sua lua de mel em Roma, com o grande amor de sua vida, que não está mais na terra. Ele tinha planos de passar uma temporada de silêncio e solidão na cidade, mas os novos acontecimentos foram mudando seus rumos e revelando que antes de fechar os olhos pela última vez a vida pode nos apresentar surpresas. E das boas.
Lançamentos
Jane Eyre (Editora Zahar, 536 páginas, tradução de Adriana Lisboa), edição comentada e ilustrada do clássico e mais conhecido romance de Charlotte Brontë (1816-1855) publicado em 1847, em toques góticos, traz a trajetória de uma mulher forte e explora questões de classe, sexualidade, religião e gênero. Ela busca respeito, espaço e autonomia financeira, num mundo de homens. Apresentação de Antonia Pellegrino e notas de Bruno Gambarotto.
O coração da música - vida e obra dos grandes mestres (BesouroBox, 144 páginas) do pianista, regente de óperas e professor Paul Trein, fala de vida e obra de Händel, Mozart, Beethoven, Brahms e Wagner e diz: a música, fluída, etérea, fugaz e misteriosa, repetível ad infinitum, em qualquer lugar e de modo sempre diferente, é uma revelação mais alta do que a filosofia.
Paul criou a Academia Internacional de Verão, em Konz, Alemanha, para pianistas jovens de todo o mundo. 3 X 4 Vis(i)ta (Ideograf Gráfica Editora, 346 páginas, bilíngue), de Carlos Krauz, Helena dAvila, Laura Fróes e Nelson Wilbert, com textos de Paula Ramos, Mario Röhnelt e outros, mais fotos de André Venzon, Vera Chaves Barcellos e outros, traz as exposições e "visitas" do grupo 3x4 em ateliês de artistas.
As visitas resultaram na criação e mostra dos trabalhos dos quatro integrantes, a partir de conversas com os artistas, suas obras e espaços de trabalho. - Jornal do Comércio (https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/colunas/livros/2018/08/643937-amor-a-roma-amor-em-roma.html)
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