Fraport projeta R$ 1 bi para reerguer o Salgado Filho
Em entrevista, ontem de manhã, ao programa Gaúcha Atualidade, da rádio Gaúcha, Andreea Pal, CEO da Fraport Brasil, empresa que administra o Salgado Filho, estimou que será preciso R$ 1 bilhão para reerguer o aeroporto. A executiva afirmou que a data de dezembro para reabertura do terminal é "uma aproximação".
Na segunda-feira, foi realizada vistoria no local, e a Fraport indicou que a ideia é reabrir o aeroporto com funcionamento de forma parcial a partir da segunda quinzena de dezembro. A área ficou praticamente 30 dias com a pista e o terminal de passageiros tomados pela água após a enchente que atingiu Porto Alegre.
- Nosso interesse é colocar em operação o mais rápido possível. A data de dezembro é uma aproximação, pois precisamos conduzir vistorias intensivas na pista para entender os danos e saber quais os reparos necessários - explicou Andreea.
A CEO da Fraport informou ainda que será necessária a realização de estudo para testar a resistência do asfalto da pista, atingido pela elevação do nível da água na Capital.
- Nossa premissa é de que teremos de refazer a sub-base (da pista), que é de cimento, e o asfalto (60 centímetros), sem falar na estrutura que fica por baixo. Poderíamos demolir e reconstruir tudo agora, mas sem avaliação, isso poderia gerar gastos desnecessários - detalhou a executiva.
No melhor cenário, onde a Fraport só precisará aplicar novo asfalto na camada mais superficial da pista, o aeroporto não será reaberto antes de setembro, segundo ela. E quando voltar a ter operações, o Salgado Filho funcionará de forma parcial.
Seguro
Dos 3,2 quilômetros de pista, a expectativa da Fraport é ter 2,7 quilômetros liberados para uso, o que permitiria que aeronaves menores pudessem pousar na capital gaúcha. Andreea mencionou que o seguro do aeroporto não cobrirá todo o valor que será gasto na recuperação da estrutura:
- Temos seguro de R$ 2 bilhões para danos materiais gerais. Nenhum seguro cobre todo o ativo em caso de enchente. Entendemos que será preciso R$ 1 bilhão para reerguer o aeroporto.
Sobre o período sem funcionar, a CEO da Fraport ressaltou que a situação é muito difícil e que estão fazendo de tudo, sem abrir mão da segurança, para agilizar a reabertura. Para reduzir custos, a executiva informou que o planejamento atual é trocar somente os equipamentos que ficaram submersos ou que foram totalmente danificados.
- Precisamos testá-los. Ainda não temos energia elétrica e iluminação da pista para identificar o que precisará ser trocado - acrescentou.
Sobre o alagamento na região do Salgado Filho, Andreea comentou que, em 2018, quando a empresa assumiu o local, foi feito investimento de R$ 160 milhões na drenagem de bacias hidrográficas próximas ao terminal.
- O aeroporto fica entre o rio e a cidade. Foi quando estourou o dique da Avenida Sertório que a água entrou. Sobrecarregou o nosso sistema - comentou.
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