segunda-feira, 17 de dezembro de 2012



17 de dezembro de 2012 | N° 17286
PAULO SANT’ANA

Opinião autorizada

Causaram repercussão e espanto as declarações do presidente eleito do Grêmio, Fábio Koff, sobre o negócio que o Grêmio fez com a OAS na construção da Arena, estampadas na edição de ontem de Zero Hora.

Segundo Fábio Koff, “a Arena não é nossa, vamos demorar 20 anos pagando e não tem ninguém com esta dívida entre os clubes brasileiros. Se fosse tão fácil, os outros fariam, não fizeram”.

Apreensivo com as declarações, fui imediatamente, na noite de sábado, entrevistar uma pessoa entre as mais qualificadas para opinar sobre este negócio do Grêmio com a OAS: o empresário Alexandre Grendene, que participou das negociações entre a OAS e o Grêmio e tem pleno conhecimento das tratativas e do contrato.

Alexandre Grendene, além de ser benemérito do Grêmio, a quem acudiu inúmeras vezes com apoio financeiro ao clube, é considerado em todos os círculos como um gênio dos negócios.

Certa vez, numa conversa, os empresários Jorge Gerdau e Nelson Sirotsky me disseram que nunca viram um empresário tão bem-sucedido como Alexandre Grendene em nosso meio.

Com essas credenciais, fui ouvi-lo na noite de sábado. Eis a análise que Alexandre Grendene faz sobre a Arena:

– Foi o melhor, o mais excelente negócio que o Grêmio poderia ter feito para trocar de estádio. Havia dois concorrentes para construir a Arena: a Odebrecht e a OAS. Em determinado momento, fomos até a Odebrecht e dissemos a ela que a proposta da OAS era insuperável, muitos pontos superior à sua. E a direção do Grêmio, com o nosso estudo e exame, fechou o negócio com a OAS.

Prossegue Grendene: “O negócio caiu do céu para o Grêmio. A OAS aceitou até mesmo algumas exigências acessórias do Grêmio, como o Centro de Treinamento. Digo-te com sinceridade, foi um negócio tão exitoso para o Grêmio, que se eu fosse proprietário da OAS não o teria feito. Estudei com afinco a proposta da OAS e vi nela grande oportunidade gremista de erguer seu novo e esplêndido estádio com condições de contrato que permitem ao clube grandes lucros com a Arena”.

Penso, assim, ter jogado luzes sobre a polêmica levantada por Fábio Koff. Escolhi a pessoa mais indicada para opinar sobre o negócio, a sua condição de empresário iluminado para os negócios e seu status de gremista de destaque fazem de Alexandre Grendene a opinião mais autorizada sobre a transação.

Quanto à opinião deste colunista, entendo que Fábio Koff é especialista em futebol, mas quem entende de negócios é Alexandre Grendene.

Também no sábado, encontrei-me com o treinador Vanderlei Luxemburgo. Ele se mostra entusiasmado com a tarefa que tem pela frente, a começar pela Libertadores.

E me disse com redobrada vibração: “Darei a minha vida nos dois anos em que treinarei o Grêmio”.

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