quinta-feira, 8 de setembro de 2022


08 DE SETEMBRO DE 2022
ARTIGOS

POR UMA CULTURA DE FUTURO

Como será nosso futuro? Onde e como estaremos daqui a 30, 40 anos? Pode ser difícil pensar tão longe, sobretudo num momento em que existem tantas incertezas. Mas é um desafio necessário, especialmente se desejamos desfrutar de uma vida melhor lá na frente.

Falta-nos, contudo, essa cultura, como mostrou pesquisa do Datafolha e da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida: 53% das pessoas esperam parar de trabalhar aos 60 anos, mas apenas 28% acreditam que alcançarão essa meta. Além disso, 64% não têm ideia de quanto receberão ao se aposentar pelo INSS e apenas 7% pensam em sobreviver com o valor pago pela previdência privada.

Além disso, segundo o Relatório Global do Sistema Previdenciário, da Allianz, 90% dos brasileiros com mais de 25 anos não poupam dinheiro pensando na aposentadoria - na Nova Zelândia e nos Estados Unidos, por exemplo, esses números são de 30% e 40%.

Esses dados evidenciam como o planejamento ainda precisa ser estimulado. Apesar de fundamental, ainda há grande desconhecimento sobre a matéria previdenciária e sobre as alternativas para quem quer construir um projeto de vida para o pós-trabalho.

O Japão é um bom exemplo: suscetível a uma série de eventos naturais, é, também, um país com alto contingente de população idosa. Desde cedo, os jovens são estimulados a se prepararem, tanto para riscos como para a disciplina financeira, pensando a longo prazo.

Desde o começo do século 20, é popular no país o kakebo, um método simples e intuitivo para controlar as finanças, ajudando a planejar os recursos. É um primeiro passo para quem quer se organizar, permitindo avançar para algumas alternativas, como a previdência complementar, na qual é possível ter um recurso extra para ser usufruído ao se aposentar, somando-se ao que receberá pelo regime geral ou próprio.

Como mudar essa realidade no Brasil? O caminho passa por estimular, desde cedo, que as pessoas tenham essa cultura preventiva. Educação financeira, estímulo ao planejamento e estabilidade econômica são fundamentais para tornar essa cultura mais presente. Pensar no futuro é tarefa de agora. 

Diretora-presidente da RS-Prev - DANIELLE CRISTINE DA SILVA

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