sábado, 27 de novembro de 2021


27 DE NOVEMBRO DE 2021
POLÍTICA +

Todo o cuidado é pouco nos aeroportos

Com a variante Omicron assustando o mundo e os países mais precavidos fechando suas fronteiras para viajantes da África e proibindo viagens de seus cidadãos, o governo não poderia fazer ouvidos moucos às recomendações da Anvisa. No final da tarde, o ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, informou que a partir de segunda-feira o Brasil fechará as fronteiras aéreas para seis países da África (África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue).

"Vamos resguardar os brasileiros nessa nova fase da pandemia naquele país. Portaria será publicada amanhã e deverá vigorar a partir de segunda-feira", escreveu Nogueira.

Só fechar as fronteiras para esses seis países da África poderá ser insuficiente. Nada garante que o vírus não tenha se espalhado para outras regiões (Bélgica e Israel confirmaram um caso cada um). O óbvio, dizem médicos envolvidos desde 2020 com o combate à pandemia, seria exigir passaporte vacinal e testar todos os recém-chegados a qualquer aeroporto, porto ou fronteira terrestre. Se a situação se agravar, impor quarentena aos visitantes ou brasileiros que regressam do Exterior.

No início da pandemia, o vírus entrou no Brasil pelos aeroportos, trazido por turistas ou por brasileiros que passaram as férias no Exterior, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos. À época não se tinha vacina nem conhecimento acumulado para evitar a proliferação do vírus. Culpa-se o Carnaval, mas, mesmo que as festas tivessem sido canceladas, o coronavírus teria chegado de qualquer forma.

Com o que se sabe hoje, é possível reduzir as chances de que essa variante detectada primeiro na África do Sul se espalhe pelo Brasil. Aeroportos, portos e fronteiras terrestres são pontos de atenção. Quem faz essas recomendações é a Anvisa, o órgão do governo brasileiro responsável pela vigilância sanitária.

A Anvisa não manda, sugere. O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, passou o dia dando entrevistas e alertando para a necessidade de medidas imediatas.

A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, disse que a nova variante preocupa muito as autoridades do Rio Grande do Sul:

- Estamos melhor preparados tecnicamente para enfrentar uma possível nova variante, mas as precauções devem ser tomadas. Temos população vacinada, rede assistencial constituída, temos testagem, equipes treinadas, vigilância genômica para identificar o mais rápido possível a presença da nova variante, mas o Brasil precisa fechar o ingresso de pessoas dos países onde se constatou o vírus. No mais, é seguir rastreando todas as possíveis mutações do vírus.

ROSANE DE OLIVEIRA

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