terça-feira, 23 de novembro de 2021


23 DE NOVEMBRO DE 2021
OPINIÃO DA RBS

O TURISMO SE REERGUE

As atividades relacionadas ao turismo estão entre as que mais padeceram economicamente com a pandemia. Neste momento, com a vacinação progredindo em ritmo satisfatório, o segmento tem a oportunidade de acelerar a recuperação das perdas a partir da redução dos números da covid-19, o que naturalmente dá maior confiança para a população voltar a viajar a lazer, mesmo que as alternativas sejam destinos não tão longe de casa. Afinal, apesar da saudade de fazer as malas, a inflação alta que aparece no aumento dos preços da gasolina, das passagens aéreas e das hospedagens, além do câmbio, são fatores limitantes para percursos mais longos.

No Rio Grande do Sul, o que felizmente se observa é uma boa procura nas regiões onde o turismo é mais desenvolvido no Estado, a Serra e o Litoral. Na orla norte, onde a vocação é essencialmente receber visitantes gaúchos, as notícias são positivas. Estima-se que até 80% dos quartos já estejam reservados para o final do ano, prenunciando um veraneio 2021-2022 de alta demanda, com reflexos positivos para os demais setores da cadeia, como comércio e restaurantes. Em Capão da Canoa, um dos epicentros do verão no Rio Grande do Sul, fala-se em uma expectativa até superior ao que se notava às vésperas da estação em 2018 e 2019, antes da crise sanitária.

Os mais recentes números do turismo no Estado e no país são promissores, reforçando as esperanças de retomada de todos os serviços associados a viagens, mesmo que, como um todo, o nível de desempenho mensurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) permaneça aquém do pré-pandemia. Mas o avanço ao longo do ano tem sido consistente. O índice de atividades turísticas do IBGE apontou, em setembro, um avanço de 0,8% sobre agosto. Na aferição mensal, foi a quinta alta consecutiva. Ante setembro do ano passado, o indicador mostra crescimento de 36,6% e, entre os 12 locais pesquisados, o Rio Grande do Sul tem o terceiro melhor resultado (65,1%). No acumulado do ano, o Estado surge com o quarto desempenho mais forte (36%), bem acima da média nacional (19,9%).

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) vai no mesmo sentido de otimismo. Sem dúvida, consequência da vacinação que levou ao recuo da pandemia e a flexibilizações de medidas restritivas, mesmo que os cuidados pessoais ainda devam ser seguidos. A responsabilidade individual permanece sendo indispensável. A entidade calcula que as atividades voltadas ao turismo poderão contratar até 478 mil trabalhadores entre este mês e fevereiro do próximo ano. Assim, a alta temporada poderia movimentar até R$ 171,9 bilhões. Uma cifra considerável que contribuiria sobremaneira com a economia nacional, em um momento de elevada incerteza e mercado de trabalho incapaz de absorver o grande contingente de cidadãos que busca colocação. A desejada reação do turismo é mais uma etapa do paulatino processo de normalização do cotidiano no país. Graças, especialmente, à maciça aderência da população à estratégia das vacinas como elemento vital para vencer a pandemia. 

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